
Com a aproximação da festa do seu patrono, o Conselho Central do Porto da Sociedade de S. Vicente de Paulo, presidido por Manuel Carvas Guedes, divulgou o seu “relatório e contas de 2018“. Aí se refere o que são e quantas são as Conferências Vicentinas e muito do que os vicentinos fizeram em ajuda, presença e serviço a quem mais precisa.
Por Lino Maia
Na Diocese do Porto há 25 conselhos de zona (as vigararias de Maia, Castelo de Paiva-Penafiel, e Trofa-Vila do Conde têm 2 conselhos cada uma delas), com um total de 302 conferências e 3.363 vicentinos (902 homens e 2.461 senhoras), 5,22% dos quais têm menos de 30 anos e 35,32% mais de 70 anos.
Santa Maria da Feira é a zona com mais conferências (25), enquanto Gaia/Sul é a que tem mais vicentinos (240). Para além da prestação de apoios do Fundo Social Solidário (77), de ajudas a reclusos (199) e toxicodependentes (63) e estímulos à profissionalização (25), ao longo do ano de 2018 houve mais 47.819 apoios para alimentação (é muito importante o apoio do Banco Alimentar às Conferências Vicentinas), 8.397 ajudas na saúde (medicação, consultas e indiferenciados), 3.175 apoios na habitação (amortizações, rendas, água, eletricidade, gás e indiferenciados) e 412 ajudas na educação (para frequência de infantários e de ensino obrigatório e universitário). No total foram apoiadas 21.536 pessoas de 8.457 agregados familiares (só na zona de Matosinhos foram beneficiadas 2.229 pessoas de 838 agregados com 290.864,47€ e outros auxílios).
Em toda a atividade das Conferências vicentinas, em numerário foram aplicados 1.222.310,00€, tendo sido recolhidos 1.311.218,85€ através de campanhas, coletas nas reuniões, contribuições de subscritores (no total foram 2.881 os subscritores, sendo Gaia/Norte a zona com mais – 812) e receitas “simbólicas” do Farrapeiro e da Loja Social.
Para além das Conferências, a estrutura vicentina diocesana tem outras Obras Especiais. Uma delas é a Casa Ozanan (em S. João de Ver), com Centro de Atividades Ocupacionais, Centro Comunitário, Lar/Residência, Serviço de Porta Aberta e Unidade Sócio ocupacional. Nesta Casa Ozanan, que tem acordo de cooperação com a Segurança Social, houve uma despesa de 1.067.756,87€ e uma receita de 1.176.281,03€. Integram também a estrutura vicentina a Loja Social, a Obra São Maximiliano Kolbe (de auxílio aos Reclusos militares), as Obras Vicentinas de Auxílio aos Ciganos (O.V.A.C.) e aos Reclusos (O.V.A.R.), o Centro Social S. Martinho de Soalhães (Marco de Canaveses), o Centro Socioeducativo e Profissional de Parteira (Paredes), o Farrapeiro de S. Vicente de Paulo e o Lar de Santo António (na Maia). Significativo que, na sessão pública comemorativa dos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, a Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos tenha sido distinguida pela Assembleia da República com o prémio “Direitos Humanos 2018”.
Embora muito expressivos, os números não demonstram o essencial da vida vicentina, que não estará nem nos números nem naquilo que os olhos veem. Tudo é fruto de uma dinâmica, que começa exatamente naquilo que não se vê, mas que é razão e pressuposto de tudo: espiritualidade, consubstanciada na fé e na vida pessoal de cada vicentino e da Conferência no seu conjunto; reunião da Conferência onde tudo gravita (ao longo do ano realizaram-se por toda a Diocese 4.888 reuniões de vicentinos); diálogo fraterno em que tudo se aprofunda e se concretiza, com vista ao enriquecimento pessoal de cada vicentino; visita domiciliária que é o objetivo central da ação das Conferências e por ela chegando às mais diversas ajudas, materiais e espirituais, procurando mitigar o sofrimento, na carência e no isolamento, de quem mais precisa..
A Sociedade de S. Vicente de Paulo no seu todo e as Conferências Vicentinas da Diocese do Porto na sua pluralidade e capilaridade são uma boa expressão de comunhão, de eclesialidade, de envolvência e de mobilização. Para uma Caridade ativa que, enquanto tal, também é Anúncio e Culto…