Todos somos Amazónia!

Estamos perto do sínodo sobre a Amazónia, a realizar em Roma, só tendo alguma esperança que em outra destas realizações se realizem no próprio território.

Por Joaquim Armindo

Neste sínodo histórico, em que questões da maior importância serão refletidas, apetece dizer que afinal os problemas da Amazónia, são de cada território deste nosso planeta, não retirando algumas especificidades próprias. Mas no geral toda a comunidade terrena sofre o mesmo clamor da Terra, dos pobres e dos excluídos.  A defesa da cultura tradicional (de Tradição), da Vida, do Território, dos Povos, é transversal a toda a humanidade. Aliás a chamada “Economia de Francisco” – Francisco de Francisco de Assis -, agora cada vez mais premente, reside na Amazónia e em todo o planeta. O novo paradigma que é esta economia se é mais representada pelos povos da Amazónia, ela terá de ser a chama que vem profetizar uma economia global, alternativa às atuais e baseada na defesa do cultural, do ambiental e do social.

As ameaças da “economia que mata”, os seres vivos, que dispensa a biodiversidade e a sociodiversidade, há de dar lugar a uma pastoral das diversidades de pensamentos, numa unidade no essencial. As aspirações dos povos são um desafio à nossa Igreja, nas diversas expressões religiosas, esta Igreja de Jesus, que tem um rosto humano, um “rosto amazónico”. Um desenvolvimento humano integral que harmonize os direitos de todos os povos a viver com a Criação que Deus criou.

Teremos de perguntar na Amazónia, e aqui, que esperança de liberdade, de ecologia ambiental, de ecologia social, de ecologia económica, de ecologia cultural, oferece a Igreja, à vida quotidiana dos povos. Teremos de perguntar qual a Boa Nova de Jesus, as cristãs e os cristãos, são portadores face à vida, à família, à comunidade, no contexto de cada local.

Eis as razões das nossas Esperanças!

NOTA: Os meus agradecimentos ao assinante e leitor da VP, Sr. António Gomes, pelo seu texto, publicado no número anterior da VP, pelos seus comentários a uma crónica minha, pelo elogio e pelo desacordo, assim se faz o diálogo. Só uma nota: Contactada a Igreja Lusitana – Comunhão Anglicana, esta desconhece qualquer elemento do seu clero que tenha resignado pelo facto de ser casado, deverá existir algum equívoco.