Batismo é primeiro tema de um triénio pastoral na Diocese do Porto

“Como os Ramos na Videira. Todos filhos de Deus” é o título do Plano Diocesano de Pastoral 2019-2020 na Diocese do Porto, apresentado por D. Manuel Linda, bispo do Porto. Desenvolve-se no horizonte temporal de 3 anos. Os sacramentos da iniciação cristã são o fio condutor: Batismo, Eucaristia e Confirmação

Por Rui Saraiva

“Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor” – é com estas palavras do Evangelho de S. João que se inicia o Plano Pastoral 2019-2020 para a Diocese do Porto apresentado na sexta-feira 5 de julho pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda, na Casa Diocesana de Vilar. “Como Ramos na videira” é a temática geral que percorrerá o triénio 2019-2022. “Todos filhos de Deus” é o título para este ano de 2019-2020 que desenvolverá o tema do Batismo.

Começando por recordar o “dinamismo de sinodalidade” impresso pelos planos pastorais anteriores, marcados pela iniciativa de D. António Francisco dos Santos que procuraram traduzir no concreto “uma nova atitude mental de Igreja em saída”, o Plano Diocesano 2019-2020 pretende cuidar “das próprias raízes da fé e da vida cristã dos de dentro” citando o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”, quando afirma que “o primeiro anúncio deve desencadear um caminho de formação e de amadurecimento” (Evangelii Gaudium, 160).

Assinalando a celebração em 2022 da Jornada Mundial da Juventude, o novo Plano Diocesano propõe uma atenção especial aos jovens “de modo a promover uma renovada iniciação cristã, unitária, coerente, aprofundada, em íntima ligação com os sacramentos e com o mistério de Deus”. Atenção especial também para a catequese de adultos.

Este Plano será trienal aprofundando os sacramentos da iniciação cristã: batismo, eucaristia e confirmação. Propõe “como base sólida a conhecida e profunda alegoria da videira e dos ramos, tal como a encontramos no Evangelho de São João (Jo 15,1-11)”.  “O meu Pai é o agricultor” – diz o texto – um “Deus tão próximo que nos comunica a Sua vida, tal como a videira transmite aos ramos a qualidade da sua seiva”. E o Batismo “é o produto da ação do Pai que nos introduz na sua vida, na sua família, na sua graça vivificante” – pode-se ler no Plano Diocesano de Pastoral.

Os cristãos devem “abrir as portas” a Deus, vivendo a sua “vocação cristã” aceitando “a proposta da filiação divina e da inserção na Igreja, adquiridas pelo Sacramento do Batismo”. “Ao longo deste ano pastoral, devemos, portanto, insistir no duplo efeito do Batismo, aprendido na catequese, mas de forma mais teórica que implicativa: filiação divina e inserção na Igreja” – propõe o Plano Pastoral da Diocese do Porto.

“Convido, pois, os cristãos da nossa Diocese a saírem mais de si mesmos, para o encontro com o outro, fazendo da procura do bem do próximo o seu próprio caminho de salvação. Hoje – e sempre! – ser cristão é não só abrir-se aos outros, em Igreja, mas empenhar-se na «sorte» de todos. Por algum motivo, imediatamente antes da bênção final, o sacramento do Batismo termina com a recitação do Pai-Nosso, profissão de fé implícita na pertença coletiva e na responsabilidade para com os irmãos” – escreve o bispo do Porto no Plano Pastoral para 2019-2020.

A este propósito D. Manuel Linda assinala a necessidade da atenção especial à “Pastoral do Batismo” em todas as Paróquias, lança a ideia da aposta em “equipas laicais” que se responsabilizem pela iniciação cristã dos “mais afastados” e sublinha a importância da formação de “agentes pastorais” e o trabalho dos Conselhos Pastorais. Avança com a possibilidade da estruturação de um “Centro Catecumenal em todas as vigararias”.

O Plano Pastoral para o ano 2019-2020 na Diocese do Porto deixa ainda um apelo à santidade “razão pela qual fomos batizados e somos cristãos”:

“Caros diocesanos, num ano em que cuidamos da raiz batismal da nossa condição cristã e eclesial, não podemos ignorar que daí mesmo brotam, inseparavelmente, a vocação universal à santidade e vocação universal à missão, pelo que, nas palavras do Papa Francisco, não se pode imaginar a própria missão na Terra “sem a conceber como um caminho de santidade” (Gaudete et exsultate, 19). Por isso, não deixemos de valorizar, de modo transversal a toda a pastoral, a vocação à santidade” – escreve D. Manuel Linda, bispo do Porto.