
Há poucos dias, a Comunicação Social deu justificado relevo a algumas notícias, cuja concretização, a acontecer, pode ser extremamente importante para o mundo.
Por António José da Silva
Entre essas notícias, a que mereceu maior destaque mediático, até pelo historial recente, foi naturalmente a do encontro entre Donald Trump e Kim Jong Un, um encontro que teve a particularidade de se realizar, pela primeira vez em território norte-coreano e ainda o facto de ser a primeira vez que um presidente americano cruzava a fronteira deste país.
Mas esta não foi a única notícia a merecer a atenção e o interesse da Comunicação Social em quase todo o mundo, embora com maior destaque nas áreas geográficas e políticas a que o seu conteúdo dizia particularmente respeito. Falamos, nomeadamente, do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosur, um acordo obtido dificilmente após muitos anos de negociações. Trata-se de um tratado comercial e aduaneiro, assinado em 1991 por quatro países da América do Sul, mas que foi crescendo quer em número de aderentes quer nos seus próprios objectivos que alguns pretendiam mais abrangentes. A relação comercial e política com outros grandes espaços económicos, nomeadamente a União Europeia, foi motivo de encontros e desencontros ao longo a muitos anos, até que os responsáveis de um e de outro lado perceberam que os dois blocos teriam muito mais a ganhar do que a perder com a celebração de um acordo. Felizmente para vários países da América do Sul e da Europa, esse acordo acabou por ser alcançado.
Ainda na mesma altura, a comunidade internacional tomou conhecimento de outra notícia extremamente importante e positiva: a notícia de que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tinha perdido algum do ímpeto que tinha ganho nos últimos tempos. Não quer isto dizer que tenha acabado, mas tudo indica que as duas maiores economias mundiais podem ter entrado num período de tréguas. Numa guerra de taxas alfandegárias, nunca há só um vencedor, nem só um vencido, além de que ela pode levar a outras guerras ainda mais perigosas.
No entanto, há um pormenor que vem pôr em causa o optimismo que essas notícias poderiam provocar. Esse pormenor tem um nome: chama-se Donald Trump, um presidente cujo percurso errático, para não dizer outra coisa, não permite confiar muito nem nas suas análises, nem nas suas promessas, nem nas suas ameaças. É sobretudo por causa dele que se pode dizer que as boas notícias dos últimos dias não conseguem eliminar de todo o pessimismo que as envolve.