Jovens: Caminhada na Fé em Santa Maria da Feira

Caminhada na Fé decorreu a 28 de junho.

Cai a noite nesta véspera da Solenidade de São Pedro (e São Paulo), mas muitos jovens decidiram não negar o seu Senhor e acompanharam a sua Paixão, mantendo-se firmes até ao culminar, tanto da noite, como da prova maior do amor de Jesus por nós, na Eucaristia matinal.

Após o acolhimento, os cerca de 210 jovens que participaram nesta atividade puderam reviver e deixar-se imergir no momento da Última Ceia (Vigília). A determinação de Jesus em mostrar o Amor do Pai, as dúvidas e conflitos interiores dos Apóstolos, as últimas lições e exemplos do Mestre e a instituição do grande memorial da Sua entrega por todos nós, tudo isso se desenrolou diante dos nossos olhos e foi aproveitado pelo senhor Bispo, D. António Augusto, para desenvolver a sua reflexão. Ao som de cânticos de Taizé e após algumas palavras finais, partimos todos, divididos em sete grupos e sete itinerários diferentes, para a cidade de Santa Maria da Feira.

Seguimos juntos com (a) Maria; sim, a Mãe de Jesus esteve certamente connosco, mas esta Maria é outra: caminheira do Agrupamento 640 dos Escuteiros da Feira, ela faz parte de um grupo de escutas que se propôs a guiar os diversos grupos pela cidade.

Como primeiro ponto, temos a Biblioteca Municipal (Paragem 7). À nossa espera, está o Cireneu, que nos recorda, através de uma dinâmica simples, temos também nós de ser os portadores dessa ajuda ao próximo. Seguimos depois para o Lar de S. Nicolau (Paragem 6), onde nos espera a Verónica, essa mulher anónima e que, tal como o Cireneu, nos lembra da importância de aliviar o outro.

E porque a Paixão de Cristo foi o tema de fundo desta Caminhada na Fé, não podíamos passar sem uma paragem no Seminário Passionista (5). Aqui, somos convidados a ver o sacrifício de Jesus através dos olhos de Sua Mãe! E a família passionista deteve-nos um pouco para retemperar as forças, com fogaças e chá.

Mas a caminhada não pode parar! E, se antes começámos por ver a importância do auxílio, enquadramo-nos no quadro de QUEM precisa dessa ajuda. Junto do Hospital de S. Sebastião (Paragem 4), percebemos que tantas vezes a flagelação psicológica, voluntária ou inconsciente, que infligimos uns aos outros rasga mais profundamente do que aquele instrumento de tortura que rasgou o corpo de Jesus.

Foi o Amor que levou Jesus a oferecer-Se voluntariamente à morte. Mas alguém teve de O condenar! No Sinédrio (Paragem 2), julgámos um inocente e desprezámo-lo; chegaria a hora de o sentenciar. Junto do Tribunal (Paragem 3), somos convidados a meditar na dicotomia da Justiça de Pilatos e a de Barrabás. À justiça férrea e matemática do romano, que em última instância falhou!, o ‘filho do pai’ (Bar-Abbas’) opõe-se com uma outra, guiada pela proteção de valores, mesmo com as armas, mesmo matando o semelhante. E, no final, ambas as visões do que é a Justiça acabaram por se aliar, naquele dia, na condenação do único e verdadeiro Justo.

Esse Justo é-nos apresentado em agonia nas Guimbras (Paragem 1), onde resiste às tentações do facilitismo e da autopreservação, onde confronta os discípulos por O terem abandonado quando mais precisou deles, mas, em contrapartida, agradece por meio de olhos lacrimejantes aos jovens que resistiram às suas próprias tentações do conforto e das redes sociais, para reviverem, dois mil anos depois, aquele momento com Ele.

Após este percurso invertido da Paixão de Cristo, somos convidados a ver juntos o desfecho: a Eucaristia. Passa pouco das 4 horas da manhã e, na praça de armas do Castelo, prepara-se o espaço e o altar. Na sua homilia, o sr. Padre Jorge,director do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, lembra-nos a todos de que os cristãos vivem ainda muito agarrados à Paixão de Jesus, esquecendo-se que é na Sua Ressurreição que Ele nos mostra o verdadeiro significado deste compromisso. E, já no final da Eucaristia, o sr. Vigário da Feira, Padre José Carlos Ribeiro, reforça esta ideia, recordando-nos que a bênção inicial se deu debaixo da escuridão da noite e que, naquele culminar da nossa caminhada que seguiu os passos daquele Jesus que Se oferece (Liturgia da Paixão), o céu se manifestava já iluminado, prenunciando o triunfo da Vida.

Foi assim que todos os jovens que aceitaram este desafio trocaram de lugar com o Discípulo Amado pela segunda vez este ano. A eles se deve em grande parte o sucesso desta atividade! Mas nada disto seria possível sem o afinco e a entrega das várias equipas vicariais da Zona Sul (sobretudo a da Feira), dos senhores assessores das vigararias que a constituem e da Comunidade Passionista. E o apoio logístico da Câmara Municipal também merece especial realce.

Concluída mais uma jornada, seguimos viagem com(o) o Discípulo Amado rumo à Zona Norte – é já no dia 12 de julho. Tu, caro jovem, és esse discípulo: traz a tua Fé e participa nesta Caminhada!

(inf: SDPJ)