
A igreja paroquial de Ul, Oliveira de Azeméis, recebeu o já tradicional concerto final do ano letivo de 2018-2019 dos alunos do Curso de Música Litúrgica do Centro de Cultura Católica. O concerto deste ano foi constituído por dois conjuntos: interpretações ao órgão, por alunos de Filipe Veríssimo e Tiago Ferreira, e por interpretações do coro, dirigido pelos alunos do curso da classe de direção coral orientada por Daniel Oliveira. A maioria das peças para órgão eram da J. S. Bach (1685-1750), o mestre e modelo de todos, mas também do mais recente e já do séc. XX, S. Karg-Elert (1879-1933), compositor de obras para coro e para piano e órgão, e falecido em Leipzig, como Bach, e de Jeanne Demessieux (1921-1968), também organista e pedagoga falecida em Paris. Sobressaíram o Prelúdio e Fuga em mi menor – BWV 533, por Ana Rita Paupério e a Fantasia e Fuga em dó menor – BWV 537, por Rodrigo Daniel Oliveira.
O órgão instalado em 2013 na igreja de Ul é da autoria do organeiro Gerhard Grenzing (n. 1942), autor de órgãos em catedrais da Europa, entre as quais a de Madrid e que trabalha em Barcelona. Não possuindo a grandiosidade dos órgãos de catedral, possui no entanto uma sonoridade adaptada à igreja onde se encontra instalado.
Este projeto de concertos, idealizado pelo diretor do Centro de Cultura Católica, Adélio Abreu, já em prática há vários anos, para mostrar às comunidades onde existem órgãos de tubos a prática dos formados pelo Centro, é essencialmente pedagógico e modelar: dando a conhecer, motiva também para a melhoria de música litúrgica nas comunidades. E a diocese do Porto é reconhecidamente aquela em que se tem valorizado mais a música litúrgica e a música de órgão: basta ver e ouvir as transmissões radiofónicas e televisivas das missas dominicais.
Por isso é de saudar esta iniciativa e felicitar os professores e alunos do Centro de Cultura Católica, pela qualidade conseguida nas interpretações, pela escolha das obras, pelo empenhamento dos organistas (alguns deles também diretores do coro) e dos membros do coro que, na sua composição de cerca de 30 elementos, denotam uma participação digna de atenção e registo.
A seleção das composições acolheu o trabalho de compositores reconhecidos da música sacra do passado (D. Pedro de Cristo (1550-1618), F. Anerio (1560-1614), mas também nossos contemporâneos (os bracarenses Manuel Faria (1916-1983) e Joaquim Santos (1936-2008), e os portuenses atuais A. Ferreira dos Santos e Fernando Lapa, autores da melhor polifonia sacra que se praticou e pratica entre nós.
Resta recordar que a Escola de Música sacra que integra o Centro de Cultura Católica do Porto, procura disponibilizar aos seus formandos “as competências necessárias para o exercício dos vários ministérios que a comunidade cristã lhes pede no âmbito da liturgia”, associando à “séria e aprofundada preparação técnica a imprescindível formação bíblica e litúrgica, de modo que os ministérios se situem e exerçam no conhecimento da ação litúrgica”.
A demonstração da qualidade ficou visível na sua apresentação, pelo que se impõe uma felicitação ao diretor do Centro, aos professores, aos alunos e à comunidade da paróquia de Ul, que marcou boa presença neste concerto e soube aplaudir como quem aprecia a prestação dos intervenientes.
(C. F.)