D. António Augusto: em Vila Real com alegria e sonho de Igreja acolhedora

Fotos: Agência Ecclesia

Entrada solene foi no domingo dia 30 de junho.

O novo bispo de Vila Real apresentou-se neste domingo dia 30 de junho à diocese com o “coração cheio de alegria” e o “sonho” de “uma Igreja acolhedora”, durante uma cerimónia na Sé diocesana.

Coração cheio de alegria

“A entrada de um novo bispo numa diocese representa uma nova etapa na vida do próprio e um tempo novo na vida dessa Igreja particular. Chego hoje a esta diocese de Vila Real por decisão e nomeação do Papa Francisco. Faço-o com um coração cheio de alegria e com a consciência de que sou, antes de mais, discípulo de Jesus Cristo, chamado a continuar a sua missão como sucessor dos apóstolos”, declarou D. António Augusto Azevedo perante centenas de pessoas que se reuniram na catedral e no adro diante da mesma, onde foram colocadas cadeiras e um ecrã gigante.

Após uma procissão com a participação de uma centena de padres e quase duas dezenas de bispos, o responsável assinalou, na sua homilia, que os católicos da diocese são chamados a “assumir a sua missão”.

“Apesar das rugas e feridas da nossa mãe, a Igreja, continuamos a amá-la e deixamo-nos contagiar pelo sonho do Papa Francisco em dar um rosto novo à Igreja, um rosto mais belo e jovem: o rosto de uma igreja acolhedora, próxima, fraterna, misericordiosa, uma Igreja verdadeiramente pascal”, apontou.

A chegada do novo bispo foi precedida, desde as primeiras horas da tarde, pela realização de um tapete floral, no percurso até à entrada da Sé. A celebração começou sob a presidência do até agora administrador apostólico, D. Amândio Tomás, que foi bispo da diocese desde 2011 até ao último dia 11 de maio, quando o Papa tornou pública a nomeação do seu sucessor, após ter atingido o limite de idade determinado pelo direito canónico para esta missão.

Durante a Eucaristia, foi lida a Carta Apostólica de nomeação, pelo representante diplomático do Papa em Portugal (núncio apostólico), D. Rino Passigato.

Sinal de unidade e comunhão

Simbolicamente, D. Amândio Tomás entregou depois o báculo – que foi do segundo bispo da diocese, D. António Valente da Fonseca (1933-1967) – a D. António Augusto Azevedo, que passou a presidir à celebração. D. Amândio Tomás, na sua saudação, manifestou a “alegria” da diocese e manifestou ao seu sucessor sentimentos de “lealdade, submissão e apreço”.

O agora bispo emérito destacou a ligação dos seminaristas de Vila Real à Diocese do Porto, no seu período de formação antes da ordenação sacerdotal, onde muitos contactaram com D. António Augusto Azevedo, assinalando a “mais-valia” do conhecimento criado.

Durante a homilia, D. António Augusto Azevedo manifestou a intenção de ser, na diocese, “sinal e artífice de unidade e comunhão”. Declarou querer edificar “uma diocese em que todos se sintam irmãos”.

O novo bispo apontou ao centenário da Diocese de Vila Real (2022), pedindo “a sabedoria de conjugar uma tradição religiosa e cultural tão rica com os desafios de uma modernidade que vai chegando muito depressa”.

“Conto ainda com o manto tecido todos os dias com as orações dos cristãos e das comunidades desta diocese pelo seu bispo, para que seja o pastor fiel e dedicado deste grande rebanho. O Pastor como Deus quer e o povo merece”, concluiu.

Novo bispo de Vila Real saudou famílias, idosos, pobres e emigrantes

D. António Augusto Azevedo, novo bispo de Vila Real, deixou neste domingo dia 30 de junho uma saudação às famílias, idosos, pobres e emigrantes. “Saúdo as famílias, desejando que sejam comunidades de vida e amor. Aos jovens deixo um grande apelo: a Igreja e a diocese contam convosco, com a vossa energia, entusiasmo e criatividade. Às crianças, idosos, aos pobres e doentes quero dizer que estarão sempre nas nossas preocupações e cuidados”, declarou D. António Augusto Azevedo.

Na sua intervenção conclusiva, o bispo de Vila Real lembrou os “numerosos transmontanos e durienses” que estão na diáspora, em Portugal ou no estrangeiro, “sempre muito ligados às suas raízes”, deixando uma palavra especial para familiares, membros do clero e institutos religiosos, movimentos e associações católicas, autoridades civis, militares e académicas.

A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922; tem 4273 km2 e 264 paróquias; o primeiro bispo de Vila Real foi o D. João Evangelista Vidal (1923-1933), seguindo-se D. António Valente da Fonseca (1933-1967), D. António Cardoso da Cunha (1967-1991) e D. Joaquim Gonçalves (1991-2011), já falecidos; e D. Amândio José Tomás (2011-2019).

(inf: Agência Ecclesia)

Do Porto para Vila Real: a nova missão de D. António Augusto Azevedo

D. António Augusto nasceu a 14 de junho de 1962 em S. Pedro de Avioso no concelho da Maia e foi ordenado presbítero a 13 de julho de 1986 na Catedral do Porto.

Nos dois primeiros anos de sacerdócio foi Vigário Paroquial de Santo Tirso (1986-1988), assumindo função de Capelão Militar na Força Aérea em 1988. Torna-se Conselheiro Espiritual das Equipas de Nossa Senhora em 1989.

De 1990 a 2000 ocupou as funções de Pároco de Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia, acumulando este múnus com a Assistência da Pastoral Operária do Porto (LOC e JOC), de 1998 a 2000.

Foi docente na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa desde 2003, tornando-se em simultâneo Prefeito e Professor no Seminário Maior do Porto.

Exerceu o cargo Juiz do Tribunal Eclesiástico do Porto desde 2004, ano em que assumiu a Capelania do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa (2004-2012). Em 2005 assumiu o serviço de Assistente Diocesano do Centro de Preparação para o Matrimónio (CPM).

Foi nomeado Reitor do Seminário Maior do Porto em 2012 e responsável pelo acompanhamento dos Padres Novos em 2015.

Foi nomeado bispo auxiliar do Porto pelo Papa Francisco a 9 de janeiro de 2016 e foi ordenado bispo a 19 de março desse mesmo ano. Como bispo auxiliar do Porto (2016-2019) assumiu o acompanhamento pastoral da região Sul e foi o responsável pela Peregrinação Diocesana a Fátima em setembro de 2017.