
Na zona Norte do concelho de Paços de Ferreira, onde se encontrava o Cruzeiro Templário, que dá vida ao brasão do próprio município, situa-se um dos mais importantes povoados castrejos da Península Ibérica, a Citânia de Sanfins.
Por Lino Maia
Também aí, em Sanfins de Ferreira, ao lado da Igreja Matriz, com excelentes instalações, foi erguido o Centro Social Paroquial, que foi inaugurado em 28 de Outubro de 2007. Foi seu promotor o Padre Mário Ferreira Barbosa, “um homem fiel à Igreja, trabalhador, que assumiu a dupla construção da Igreja, a das pedras mortas e a das pedras vivas”, um homem livre, artisticamente sensível, com perfil discreto e afável, que dava “prioridade ao essencial, muito atento aos pormenores, elementos humanos que ajudam a manter e a enraizar a amizade natural e que são a base de uma vida sacerdotal atraente”, como oportunamente salientou D. Armindo, Bispo do Porto e seu condiscípulo. O padre Mário, que viria a falecer dois anos depois de ver concluída a sua obra, contou com o envolvimento de toda uma paróquia que, com ele, assumiu como seu lema o indelével “nunca desistir”.
Como preveem os estatutos dos centros sociais paroquiais, o Centro de Sanfins é presidido pelo pároco, agora o Padre Tiago Nuno Santos, um jovem e dedicado pastor que também é pároco tanto de Eiriz como de Carvalhosa e Figueiró – onde também dirige centros sociais paroquiais – e que é coadjuvado por uma excelente equipa diretiva coordenada por Adelino Machado. Presentemente, o Centro, que emprega um grupo de 15 dedicados trabalhadores, apoia diretamente um conjunto de 85 utentes: Creche (35), Centro de Convívio (25), Centro de Dia (15) e Serviço de Apoio Domiciliário (10). Na programação das atividades para os mais velhos, para além de um serviço de qualidade, tanto a direção do Centro como a direção técnica procuram que os seus utentes não fiquem enclausurados nas suas instalações pelo que, entre outras iniciativas, promovem saídas de veraneio, espaços de convívio e colónias de férias em outros ambientes.
Se deve ser numa dinâmica pastoral que são constituídos e erguidos os centros sociais paroquiais, a sua grande aposta tem de ser sempre a de os colocar ao serviço da comunidade, particularmente dos que mais precisam e de favorecer o melhor envolvimento comunitário. É o que faz o Centro de Sanfins, para o que também chega a contar com o contributo voluntário dos seu funcionários. Assim, ao longo do ano, há toda uma série de iniciativas, como caminhadas solidárias, convívios paroquiais e interparoquiais, feiras (de colheitas outonais, de livros e trabalhos manuais dos utentes) e festas, nomeadamente a do padroeiro (S. Pedro). Assim está a comunidade em sintonia com o seu Centro, que valoriza e que apoia, ajudando também a ultrapassar alguns constrangimentos orçamentais.
De acordo com a Carta Social (2017) as IPSS têm equipamentos para crianças e pessoas idosas em 70,76% do número total de freguesias do continente, sendo as únicas entidades com estas respostas em 27,16% das freguesias, com predomínio dos centros sociais paroquiais. Números que demonstram a proximidade e que fortalecem a importância da solidariedade, assente na responsabilidade recíproca entre os elementos de uma comunidade, reforçando os laços sociais que os unem em prol do bem comum.