Mensagem (36): Renovação

No preciso dia em que os cristãos levantavam as mãos para o Alto e pediam ao Senhor para mandar o seu Espírito e renovar a face da terra, uma notícia chamava a atenção: “a tendência na Europa é abolir a difamação como crime”. Isto é, em linguagem que todos entendam: difame-se. Difame-se, que isso é a coisa mais normal deste mundo.

Para «este mundo», é mesmo provável que o seja. Atestam-no, diariamente, os meios de comunicação social e os muitos que lhes seguem a pisada, como se nota pelas redes sociais. Mas para o «mundo humanizado», a difamação e a calúnia foram, são e serão uma das coisas mais nojentas que se podem produzir, uma baixeza que degrada o seu autor a um nível infra-humano e o torna assassino da dignidade do irmão.

“Os cristãos são a alma do mundo”, proclama-se desde o princípio. A eles e a outras pessoas de boa vontade está confiada a tarefa de manter esta alma como o maior valor de que o mundo carece. Ouro e prata, joias e outros valores vêm do princípio do mundo. E, por si, não conseguiram a renovação social. Mas a palavra de ordem “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” gerou progresso, construiu civilização, elevou a dignidade, trouxe ao seio do mundo a alegria e a felicidade.

Renovar, elevar, sensibilizar, puxar para a frente o que teima voltar para trás é tarefa do crente. De sempre. Mas muito mais urgente e indispensável num mundo que insiste em dirigir-se para metas que já se rejeitaram no passado. Um mundo que se julga culto, mas que não conhece o Espírito Santo. Por isso, prefere o espírito demoníaco, das profundezas, do submundo.

Plutarco é mais velho que a Sé de Braga. Mesmo sem conhecer o cristianismo, um dia escreveu: “A inteligência não é um vaso a encher, mas lenha a fazer arder para que se incendeie no mundo o amor pela verdade”.

E a nossa conceção do Espírito Santo andará muito longe disto?

***