
É possível uma economia diferente, uma economia que não mate, mas faça viver, que inclua e não exclua, que humanize e não desumanize, que cuide da Criação e não a fira de morte.
Por Joaquim Armindo
É preciso mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia que temos de construir. Este o grande que, numa carta dirigida a economistas e estudantes de economia o papa Francisco, os desafia a encontrarem-se de 26 a 28 de março, do próximo ano. Numa cultura de paz, que inspire esta nova economia, que (re) reanime. O local escolhido é Assis, terra do diácono São Francisco de Assis autor do Cântico do Irmão Sol. Mais uma concretização na senda da Encíclica Laudato Si` – que continua tão esquecida! -, e para que “o meio ambiente não possa ser separado da justiça em relação aos pobres, nem da solução dos problemas estruturais da economia mundial”. Para tal – escreve – “é preciso corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, e equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações vindouras. Infelizmente, ainda não foi ouvido o apelo a tomar consciência acerca da gravidade dos problemas e sobretudo a colocar em prática um modelo económico novo, fruto de uma cultura da comunhão, baseado na fraternidade e na equidade”.
Uma Ecologia Integral, é constituída por todas as facetas dos seres vivos e abióticos, por isso na sua conceção estão os desenvolvimentos económico, ambiental, social e cultural, que corajosamente têm de ser a base do bem-comum. E isso, significa rever e talvez inverter todos os nossos esquemas mentais e morais; a cultura da responsabilidade do que acontece nos e aos outros, o não ter medo de arriscar nada, pelo futuro da humanidade. Às cristãs e aos cristãos incumbe esta responsabilidade de juntamente com todas as mulheres e homens, comprometerem-se com a mudança, mesmo que seja drástica. Construir o futuro, trabalhando no presente e sentindo este, já como vivendo a Nova Criação.
O evento que se chama “Economy of Francesco”, oferece a possibilidade de um pacto económico, fervendo numa espiritualidade comungada por todos.