Dia Comunicações Sociais (2 jun): cyberbullying e dependência das redes sociais preocupam o Papa

Foto: João Lopes Cardoso

A Igreja Católica celebra neste domingo 2 de junho o Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS), com atenções viradas para a dependência das redes sociais e o cyberbullying.

“As estatísticas relativas aos mais jovens revelam que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying”, adverte Francisco, na sua mensagem para 53.º DMCS, com o tema ‘Das comunidades de redes sociais à comunidade humana’.

O Papa sublinha que, apesar do potencial das tecnologias da comunicação na aproximação de pessoas, estas redes “prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou económico, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos”.

Na sua mensagem para o DMCS 2019, o pontífice propõe a redescoberta do sentido de comunidade como forma de superar os desafios levantados pelo recurso crescente às redes sociais e internet.

Francisco defende a necessidade de reencontrar a “verdadeira identidade comunitária”, na consciência da responsabilidade todos têm, uns para com os outros.

Já na última assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2018, que o Papa dedicou às novas gerações, tinha lançado um alerta sobre o “lado obscuro da rede”, com novas formas de violência, como o cyberbullying.

O Papa assinala agora que a internet se tem mostrado “um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção” de factos e relações interpessoais.

Sessão Solene assinalou o Dia das Comunicações Sociais em Lisboa

No auditório da Rádio Renascença em Lisboa, na quinta-feira 30 de maio, teve lugar uma sessão de apresentação da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. A este propósito, D. João Lavrador, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, afirmou que o Papa desafia a uma comunicação “verdadeira, edificadora de comunhão e ao serviço da pessoa”. O prelado afirmou que o Papa “interpela” os comunicadores a “estabelecerem a relação entre a comunicação na rede e a comunidade”.

Na sessão foi entregue o Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão à reportagem «É como se a Mãe descesse à terra», da TVI, da jornalista Catarina Canelas. A título honorífico, pelo seu centenário, foi distinguido o «Diário do Minho», jornal da Arquidiocese de Braga que tem 80 mil leitores na edição imprensa e 60 mil no sítio online.

Lançado em Portugal o livro “Fake Pope”

No âmbito da sessão solene que assinalou em Lisboa o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, foi lançado em Portugal o livro “Fake Pope – As falsas notícias acerca do papa Francisco” da autoria de Nello Scavo e Roberto Beretta. A edição é da Paulinas Editora que divulgam a seguinte sinopse de apresentação: “Este livro não é uma obra apologética. Não gostaríamos que o fosse. Certamente que o Papa pode ser criticado, ou antes, em certos casos, até o deve ser. Com efeito, o problema não é «alargar» o dogma – já discutido e discutível – da infalibilidade pontifícia fazendo-o abranger todas as expressões papais, mas, pelo contrário, reorientá-lo para as matérias, as argumentações, as razões que tornam séria, motivada e, portanto, credível, verdadeira e útil uma crítica feita ao Papa. Contra o papa Francisco circulam acusações completamente inventadas (verdadeiras fake news), outras claramente instrumentais. Há acusações completamente exageradas, como se pudessem ser atribuídos ao Pontífice todos os males da Igreja, e há imputações falsas, que – por ignorância ou por malícia – contradizem de forma objetiva a realidade dos factos, apesar de, obviamente, não se poder olvidar também a condição humana do Papa. Terá sido Bergoglio o primeiro Papa a ser criticado? Certamente que não! A figura do Pontífice encontra-se desde há séculos tão elevada sobre o seu pedestal que se torna um alvo muito fácil”.

(inf: Agência Ecclesia)