Festa das Missões: envio de Missionários, Jovens, Padres e uma Religiosa

Neste quinto domingo pascal, a Sé do Porto viveu um “Pentecostes” muito sui generis, talvez algo mesmo que nunca tenha visto nestes novecentos anos de vida como Igreja Mãe do Porto.

O Bispo do Porto, D. Manuel Linda, acolheu e presidiu à Eucaristia deste encontro de gerações, desde a Infância e Adolescência Missionária, até venerandos cooperadores e anciãos missionários, Institutos Religiosos e Missionários, os três Seminários diocesanos – Maior da Sé, Bom Pastor e Redemptoris Mater – Alguns Assessores e Equipas Vicariais das Missões. As Associações e Movimentos Laicais com seus Estandartes, Movimentos dos Missionários com seus Lenços ao peito, juntamente com turistas que ficaram para ver, lotaram a Igreja Mãe. Este Encontro, para celebrar, viver e aprofundar a comunhão diocesana para o envio em missão, neste Domingo V da Páscoa, antecipava já o Pentecostes: a alegria dos jovens, a diversidade, todos unânimes na oração, com o Bispo, saindo portas fora confirmados no anúncio do Senhor ressuscitado. Constava de duas partes: Eucaristia, com dois testemunhos missionários e depois no Seminário Maior: Festa de animação com músicas e danças de vários Continentes.

Missão é reciprocidade – dar e receber, pois é dando que se recebe

Ao som do majestoso Órgão de Tubos, com o grande Coro do Seminário Maior, numa Assembleia jubilosa, entraram em procissão Acólitos do Serviço diocesano do Porto, cinco jovens representando os Continentes e duas Crianças – Francisco e Jacinta – que na Oração Universal rezaram por todo o Mundo, com a Infância e Adolescência Missionária de que os Pastorinhos são Padroeiros. A procissão caminhava e cantava, com os quarenta e oito leigos – quase todos jovens – uma leiga em carrinho de rodas que também vai em missão, uma religiosa missionária e cinco Presbíteros, sendo um Pároco que vai com o seu grupo de Jovens. Estes cinquenta e quatro enviados por um mês, alguns dois outros três, próximo Verão, vinham de vários Institutos e duas Paróquias: Passionistas – vão para Viana, Angola; Espiritanos – vão para S. Tomé e Príncipe; Com as Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição foram enviados nove jovens da Paróquia de Carregosa; Dehonianos – vão onze para Luena/Angola uns um mês outros dois meses e cinco para Gurué/Moçambique; Com os Missionários da Consolata forma enviados quatro para a Missão de Mgongo – Diocese de Iringa, Tanzânia; Uma Irmã das Oblatas do Coração de Jesus, enviada por tempo indeterminado para a Diocese de Viana – Maranhão/Brasil; Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora vão para Xai-Xai/Moçambique e ainda a Paróquia de Espinho com seu Pároco vão doze jovens para Bafatá/Guiné Bissau.

Jovens Missionários e Missionários ad vitam: sois a alegria e esperança da Igreja do Porto

Assim animou e confirmou a todos o Bispo do Porto, D. Manuel Linda, em tom cordial e afectuoso, decorrente do evangelho do dia. Na homilia recordou que a oração é a força de lançamento e partida para a aventura da missão. Como faziam os nossos navegadores. E incentivou os Jovens enviados em experiência missionária a levarem sempre mais alto, mais além e mais forte a chama da missão. Contagiar este amor do Senhor por toda a parte. Não por proselitismo nem qualquer neo-colonialismo, mas sempre em respeito e amor a cada cultura. Partindo das três leituras, D. Manuel Linda, Bispo do Porto que é também o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, aplicava: as Viagens de Paulo, Barnabé nos Actos, são a dimensão do Anúncio que sempre urge fazer. É a Profecia da Igreja. A Liturgia do Povo cristão, descrita na segunda leitura do Apocalipse, é a celebração da vida em Deus mistério, beleza e alegria e do Senhor ressucitado. A celebração de Deus na nossa vida, seja na dor ou na alegria, no sucesso ou fracasso, elevamo-nos e purificamo-nos. Do evangelho, vem a terceira dimensão da Igreja Missão: a Caridade, amar o próximo como Jesus nos ama. Agora Ele é a medida e modelo do amor: a todos, sempre até dar a vida. É deste Amor fontal, que faz o Pai enviar ao Mundo seu amado Filho, Ele que nos amou até ao fim e por isso agora pode mandar-nos o Amor como Mandamento. Amar e servir, é a fonte de toda a Missão.

Testemunhos, envio e convívio missionário nos jardins do Seminário

A Jovem Maria Luís Fernandes, Leiga da Consolata e a Irmã Maria de Lurdes Melo Mendes, empolgaram toda a assembleia com seus testemunhos de quão felizes são por serem amadas por este Jesus e receberem tanto amor e afeição, muito antes de (se) darem algo em missão. Confirmavam como há mais alegria em dar do que em receber. E quanto exemplo de abnegação e amor ao próximo têm encontrado e recebido de gente que nada tem para dar se não a sua companhia, ou um simples cacho de bananas que precisavam mas preservaram para partilhar. Na missão (re)aprende-se a ser pessoa: ser que só se realiza em relação: com, por e para. Tocante foi o Bispo acolher e enviar cada um pelo seu nome. Impondo a Cruz – “Recebe a cruz, sinal do Amor de Cristo e da missão a que a Igreja te destina” – e aquele abraço do Pastor desta Igreja que envia a uma Igreja Irmã para levar e trazer. O Cortejo de despedida, com estes Enviados, toda a Assembleia vibrava com o Órgão, Música e letra: Todos, Tudo e Sempre em Missão, porque Todos somos Discípulos Missionários. Saída em Festa, cânticos e animação no Terreiro, com o sr. D. Manuel a cumprimentar os Familiares e Institutos dos Enviados. Nos Jardins do Seminário, sobre o plácido Douro, à sombra da vetusta testemunha de tanta missão – a varanda de S. João de Brito – vieram os Grupos de Jovens, leigos, Equipas Vicariais, Assessores Vicariais das Missões e Enviados, cantando e animando, pois a Missão também é alegria, festa, encontro para dar e receber. Próxima grande empreitada missionária diocesana é a Peregrinação Nacional Missionária a Fátima, para encerrar o Ano Missionário, dia 20 de Outubro próximo. E a Missão não vai parar, pois ser Cristão é ser Missão.

(inf: Secretariado Diocesano das Missões)