Centro Social Santa Cruz

Uma “samaritana da estrada” (Mar- quesa Maria Madalena Frescobaldi Capponi), em Florença (Itália), com a profissão das primeiras quatro Religiosas, em 1815, fundou a Congregação das Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz.

Por Lino Maia

Vivenciando o carisma de fazer memória da Paixão de Jesus e das Dores de Maria Santíssima, o novo Instituto nasceu com o objetivo de reeducar jovens e mulheres prostituídas para que, recuperadas, pudessem voltar à vida digna na sociedade. Tendo contato com os Padres Passionistas, a fundadora pediu agregação aos bens espirituais para a sua família religiosa, o que lhe foi concedido. Também quis que as suas Irmãs vivessem o mesmo carisma que as Monjas e os Missionários fundados por São Paulo da Cruz viviam, insistindo que Paulo da Cruz fosse considerado como o fundador das Irmãs.

Ao aceitarem a doação de uma casa pelos Missionários Passionistas de Portugal para que nela desenvolvessem projetos sociais e apostólicos, em 1980, três Irmãs Passionistas espanholas vieram para lançar o Centro Social Santa Cruz. Durante dois anos, com muita perseverança, peditórios de porta em porta, feiras, solidariedade e oração, as Irmãs reconstruíram a vivenda localizada junto às instalações do Seminário em Santa Maria da Feira.

Missão cumprida. Como primeira atividade social tinha um Centro de Dia a abrir as suas portas. Aliás, era o primeiro do género naquela zona. Pouco depois, nas suas peregrinações pelas periferias, as Irmãs encontraram uma senhora idosa que vivia isolada e na maior miséria. Quais samaritanas, trouxeram-na para a “estalagem”, para ali encontrar condições com que jamais ela sonhara. Em 1989, três meninas de uma localidade próxima, abandonadas e a pedirem de porta em porta, também ali foram acolhidas. E ali encontraram uma “família” bem mais “estruturada” que aquela que as afastara! Também por ali não havia outra instituição para acolhimento de menores.

A experiência resultava. E, pouco depois, o Centro Regional da Segurança Social de Aveiro sugeriu uma readaptação do Centro ao nível da intervenção em crianças em risco, vindo, então, a tornar-se num Centro de Acolhimento Temporário (CAT) e a funcionar também como Centro de Atividades de Tempos Livres. Era o primeiro do Distrito. Durante algum tempo funcionaram simultaneamente as três valências. Mas, pouco a pouco, os idosos foram-se integrando em centros mais próximos das suas residências que, entretanto, iam sendo constituídos, acabando assim o Centro por se dedicar à infância, com apoio preferencial e bem coordenado para as crianças nos seus primeiros 12 anos de vida..

No Centro, com uma comunidade de quatro Religiosas de várias nacionalidades (presidida pela Irmã Gabriela) e com o apoio profissional e competente de mais sete colaboradoras (uma das quais é psicóloga e outra educadora), já quase três centenas de crianças por lá foram encontrando condições culturais, lúdicas, educacionais, formativas e espirituais para melhor se projetarem na sociedade e para a vida. E como bendizem quantos ali encontraram o ambiente familiar e humano de que careciam para o seu crescimento integral!…
Como são importantes estas Instituições de Acolhimento e quanto bem elas fazem! Todas elas, mas com especial destaque para estas que derivam da fé e são expressão da caridade. Como o Centro Social Santa Cruz das Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz…