Na sua homilia em Sofia, Bulgária, Francisco sublinhou estas três realidades que são, segundo o Papa, “estupendas” e que “marcam a nossa vida de discípulos: Deus chama, surpreende e ama”
Por Rui Saraiva
O Papa Francisco celebrou Missa na Praça Alexandar I, em Sofia, capital da Bulgária, neste domingo dia 5 de maio durante a sua Viagem à Bulgária e Macedónia do Norte.
Na sua homilia, Francisco sublinhou três realidades que são, segundo o Papa, “estupendas” e que “marcam a nossa vida de discípulos: Deus chama, Deus surpreende, Deus ama”.
Desde logo, “Deus chama”. Segundo o Santo Padre, no “fracasso de Pedro, chega Jesus” que chama Pedro pelo seu nome. O Papa afirmou que “o Senhor não espera situações ou estados de ânimo ideais, cria-os. Não espera encontrar-Se com pessoas sem problemas, sem deceções, pecados ou limitações. Ele mesmo enfrentou o pecado e a deceção, para ir ao encontro de cada vivente e convidá-lo a caminhar” – disse Francisco.
O Papa afirmou na sua homilia que “o Senhor não Se cansa de chamar” e “em Jesus, Deus sempre procura dar uma possibilidade”. E quando é o chamamento de Jesus que “orienta a vida, o coração rejuvenesce” – assinalou o Papa.
“Deus surpreende” – afirmou Francisco – recordando que Jesus propõe aos apóstolos no Evangelho deste domingo, “pescar de dia”, algo absolutamente insólito e “estranho naquele lago” – disse o Papa.
“É o Senhor da surpresa que rompe os fechamentos paralisadores, restituindo a audácia capaz de superar a suspeita, a desconfiança e o medo que se esconde por trás do «sempre se fez assim». Deus surpreende, quando chama e convida a lançarmos, já não as redes, mas a nós mesmos ao largo na história e a olhar a vida, a olhar os outros e também a nós mesmos com os seus próprios olhos” – disse o Santo Padre.
“Deus ama” – diz o Papa, salientando que “o amor é a sua linguagem”.
“O Senhor ama-nos. Ser cristão é um chamamento a ter confiança que o Amor de Deus é maior do que qualquer limite ou pecado. Um dos grandes desgostos e obstáculos, que hoje sentimos, situa-se não tanto ao nível da compreensão de que Deus é amor, mas no facto de o termos anunciado e testemunhado de uma maneira tal, que, para muitos, este não é o seu nome” – disse o Papa referindo-se às imperfeições do anúncio que os cristãos por vezes fazem. Mas, Deus “é amor” e “ama, dá-Se, chama e surpreende” – declarou Francisco.
No final da sua homilia o Santo Padre dirigiu-se, em concreto, aos búlgaros presentes na Missa dizendo-lhes para não terem medo de ser santos. Disse-lhes que a Bulgária precisa deles e da sua “santidade” pois são “chamados, surpreendidos e enviados por amor” – concluiu o Papa Francisco.