Igrejas Históricas do Porto com face renovada

Um conjunto de igrejas históricas do Porto receberam obras de beneficiação em diversos dos seus espaços arquitetónicos (fachadas, coberturas, torres e interiores). Foi o resultado de um projeto elaborado em finais de 2016 e concluído em finais de 2018, designado “Valorização do Património Religioso do Centro Histórico do Porto”.

As igrejas que beneficiaram desta intervenção, que reuniu apoios da Comissão Europeia, da Direção Geral da Cultura do Norte, da Comissão de Coordenação da Região Norte, e a colaboração de mecenas da cidade, de que se destacam a Santa Casa da Misericórdia, a Fundação Millenium BCP, a empresa Doutro Azul, a Irmandade de S. Francisco e a Irmandade dos Clérigos, foram as seguintes: Igreja de S. João Novo, igreja de Santo Ildefonso, igreja de S. José das Taipas, igreja de S. Nicolau e a capela de Nossa Senhora do Ó e igreja de S. Lourenço.

Este projeto de Valorização do Património do Centro Histórico do Porto, iniciou-se em 3 de outubro de 2016 e concluiu-se em 23 de outubro de 2018. O animador deste projeto foi o P. Agostinho Jardim, pároco de S. Nicolau e Vitória, paróquias inseridas no Centro histórico do Porto, Património da Humanidade. Este facto, o de constituírem monumentos que integram o património da Humanidade, foi determinante para a obtenção dos apoios e conclusão do projeto que, recorde-se foi realizado e concluído em tempo reduzido, tida conta dos passos indispensáveis para a sua aprovação e realização concreta.

Cerimónia no Seminário Maior

A cerimónia oficial de conclusão deste processo teve lugar na Biblioteca do Seminário Maior do Porto, acolhida pelo seu reitor, P. José Alfredo Ferreira da Costa, e contou com a presidência do Bispo do Porto, D. Manuel Linda, e a presença dos bispos auxiliares D. Pio Alves de Sousa (felicitado por nesse dia completar 8 anos de ordenação episcopal) e D. António Augusto de Azevedo, Contou também com a presença do Diretor Regional da Cultura do Norte, António Ponte e dos arquitetos que conduziram os diversos processos de reabilitação. Lembrou-se que D. Pio Alves é o Presidente da Comissão Diocesana da Infraestruturas e bens Culturais, e D. António Augusto Azevedo era o reitor do Seminário Maior quando o projeto foi lançado.

A sessão de encerramento contou com intervenções do reitor do seminário, o P. José Alfredo, do Arq. Joaquim Massena, que dirigiu as obras de S. João Novo, do Arq. Pedro Leão, que dirigiu as obras da igreja de S. Lourenço, do Juiz da Irmandade da igreja de S. João Novo, Alexandrino Brochado, e do Diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, sendo encerrada pelo Bispo do Porto D. Manuel Linda.

Entre os aspetos mais evidenciados nas palavras proferidas, em que foram lembrados os profi ssionais e os sacerdotes que tiveram intervenção no projeto, contam-se o “extraordinário trabalho em equipa” (no dizer de J. Massena), o rigor, a qualidade técnica e o empenhamento de todos os intervenientes, a agregação de esforços que conduziu ao bom termo dos trabalho. Entre os trabalhos realizados conta-se a de duas telas restauradas (da capela da Senhora do Ó e do coro alto de S. João Novo). Foi salientado, como dimensão importante desta recuperação, a passagem das obras realizadas ao esforço de presença e congregação das pessoas e das comunidades, valorizando humanamente o centro histórico. Foi esta dimensão que o Bispo do Porto assumiu também como uma vontade da Igreja Portucalense: ir ao encontro de todos naqueles locais, como espaços de reunião, de celebração e de presença no tecido urbano.

Foi lida uma mensagem do Presidente da República (que tinha agendada uma vinda em 18 de fevereiro, que não pôde realizar por ter coincidido com a posse da remodelação ministerial nesse dia), e mensagens de Luís Artur, que foi promotor do projeto, que salienta o valor das pessoas e sobretudo por ser “um projeto relevante para a Igreja e para a cidade ao serviço dos portuenses e de todos ao que nos visitam”, e do presidente da Associação Comercial do Porto Nuno Botelho.

Para memória do evento, foi cunhada uma medalha comemorativa, que ostenta no reverso a imagem da capelo mor da igreja de S. Lourenço e no anverso uma imagem estilizada do casario do centro histórico, encimado pela torre dos clérigos. No final o bispo do Porto presidiu a uma eucaristia na capela do Seminário Maior. Após o jantar, realizou-se na igreja de S. Lourenço o anunciado concerto do Ludovice ensemble, em que foi apresentada a obra de M. A. Charpentier, “Office de Ténèbres”, dirigido ao órgão por Fernando Miguel Jalôto.

(CF)