Vamos celebrar o Dia da Juventude, essa «aliada natural» da Igreja, quer na contestação ao mal que reina na sociedade, quer no sonho de edificar um mundo novo. E a quem esta dedica algo do melhor que possui: Jornadas Mundiais, celebração diocesana anual, grupos de formação e de convívio em inúmeras Paróquias, uma específica forma de pastoral, uma Universidade Católica, colégios e centros universitários, etc.
A Igreja faz isso na lisura da verdade: é pela pessoa enquanto tal e não pelo «proveito» que daí possa retirar; é como contributo à busca de felicidade que todo o jovem persegue e não para o arregimentar ao serviço de um qualquer outro desígnio. E é isto que distingue radicalmente a Igreja de tantas outras «forças» que se dirigem aos jovens.
Pensemos na história recente. Prometeram-lhe uma época de prosperidade e mandaram-nos para a guerra; declaram-lhes que era proibido proibir e serviram-lhes a náusea pura e dura; ofereceram-lhes paz e amor e acordaram com o sabor da desilusão; indicaram-lhes a direção de Katmandu e fizeram-nos perder pelo caminho; juraram-lhe uma excitação e um Woodstock contínuos e o que ficou foi a ressaca da desilusão; disseram-lhes que o importante seria a fuga da dureza da vida e acabaram por ter de optar entre os centros de desintoxicação ou os abrigos debaixo das pontes; garantiram-lhes um futuro de êxito e lançaram-nos no desemprego ou na emigração forçada; incentivaram-nos ao pansexualismo e mataram o amor; formaram-nos na luta contra a religião e aproximaram-nos do satanismo e new-age; prometeram-lhes mundos e fundos e estão a conduzir muitos ao suicídio. Enfim, predisseram que seriam heróis e vencedores e fizeram-nos sentirem-se vencidos e espoliados.
Aos jovens, há que repetir-lhes, exaustivamente, que nem todos os que os adulam lhes querem bem. E há que transmitir-lhes, muitas vezes, a síntese que o Papa Francisco usa logo no primeiro número do recente documento que lhes dedica, no seguimento do último Sínodo: “Ele vive e quer-te vivo!” (CV 1). Este «Ele» é o Ressuscitado; a referência à vida, neste caso, aponta para a qualidade da existência que muitos prometem e só Jesus Cristo dá.
Para que não haja mais enganados.
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