Centro de Nogueira Do Cravo

Nogueira do Cravo, com uma população que ronda os 3.000 habitantes, está integrada juntamente com Pindelo, numa União de Freguesias do concelho de Oliveira de Azeméis. Outrora, ali se desenvolveram diversas atividades referenciais, nomeadamente os barros (jarros, panelas, pratos, copos e barros artísticos).

Por Lino Maia

Ultimamente, o desenvolvimento industrial desta vila terá começado com a exploração das Minas do Pintor, uma atividade importante para a região e que foi a única extração e refinação mineira de arsénio comercial no país até 1991, ano em que encerraram. Entretanto, já a partir da década de setenta, primeiramente a indústria do calçado e, mais tarde, algumas unidades na área da metalurgia favoreceram um forte desenvolvimento industrial com significativo impacto na empregabilidade local.

Como comunidade paroquial, Nogueira do Cravo, desde 2009, está confiada aos Missionários Saletinos, que se encarregam desta e de outras paróquias à volta da Capela de Nossa Senhora de La-Salette. Ali, começaram a sua atividade pastoral com o Padre Simão Ndulumba Avelino, sendo, agora, o Padre José Malenga o seu pároco.

Considerando a prevenção e o combate às situações de carência e exclusão social como uma das dimensões da pastoral, em 1981, já no período final da exploração mineira, com o apoio da respetiva Comissão Fabriqueira, o pároco de então, o Padre António Ferreira de Oliveira, propôs a ereção canónica do Centro Social e Paroquial.
Pouco depois, em propriedade da Fábrica da Igreja, começou a ser erguido um equipamento social vocacionado para a integração comunitária e com condições para atividades de apoio às famílias, nomeadamente à infância e à juventude. Abriu as suas portas em 1986. Inicialmente com Creche, que chegou a abranger cerca de 100 crianças (agora está com 13) e PréEscolar (suspenso a partir de Setembro de 2018, por falta de crianças). Pouco depois, estendeu a atividade ao ATL, valência que, alguns anos mais tarde, passaria a ser gerida pela Associação de Pais da Escola Maria Godinho. Entretanto, num novo edifício construído de raiz, o Centro alargou a sua ação aos mais idosos. Primeiramente, em 1992, com um Centro de Dia para 20 utentes. Depois, também, com um Serviço de Apoio Domiciliário para 25 pessoas.

Integrando o Núcleo Executivo da Rede Social, no âmbito do programa de Atendimento e Acompanhamento Social, paralelamente, o Centro estendeu a sua atividade ao apoio integrado a beneficiários do RSI e outros carenciados do concelho de Oliveira de Azeméis – atualmente acompanha 120 famílias. Também participa na distribuição de géneros alimentares a 15 agregados familiares, no âmbito do POAPMC. Ainda, ao abrigo do Programa de Emergência Alimentar, desde 2013, tem uma “Cantina Social”, que começou com 72 refeições fixando-se, agora, nas 15 refeições diárias.

Dada a sucessiva oscilação pastoral, Eduardo Resende, vice-presidente, é o rosto visível da dedicação. Com uma direção que o apoia, gere um Centro que tem ao seu serviço 24 dedicados trabalhadores e cuja massa salarial, representando cerca de metade dos custos da atividade, ronda os 23 mil euros mensais. O serviço à comunidade – e particularmente aos mais carenciados – fá-lo confrontar-se com grandes dificuldades que põem em risco a sustentabilidade do Centro. Enquanto faz ver que nas comunidades há leigos que podem e devem assumir responsabilidades socio-caritativas de vulto, merece que o Fundo de Socorro Social a que se candidatou volte para ali o seu olhar.

Nogueira do Cravo estima o seu Centro. O Centro também merece e carece da solidariedade. Não apenas da comunidade paroquial.