Faleceu no Porto em 22 de fevereiro de 2018, aos 87 anos de idade, pertencendo à Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Nascido a 13 de maio de 1931, em Terras do Bouro, arquidiocese de Braga, fez a sua formação na sua Ordem e em várias Escola Superiores e Universidades. Fez profissão religiosa em Fátima em 1952, foi ordenado Presbítero em 1957, tendo frequentado formação em Dublin e Roma. Licenciou-se em Filosofia em Madrid em 1964, fez a preparação para o doutoramento em Toulouse (França), tendo obtido o grau de Doutor na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Roma, em 1988, com uma dissertação sobre o tema “O Mundo e Deus confrontando-se na obra de Emanuel Mounier”.
Membro do Convento Dominicano de Cristo Rei, na cidade do Porto, desempenhou a missão de professor da Educação Moral e Religiosa no Liceu Garcia de Orta, e depois lecionou no Instituto de Estudos Teológicos da Diocese do Porto e posteriormente na Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
Porém, a sua ação pastoral mais relevante situou-se em dois campos: a orientação teológica e pastoral do movimento de Casais das Equipas de Nossa Senhora e o acompanhamento como assistente espiritual da Associação dos Médicos Católicos e dos Enfermeiros Católicos, que a nível diocesano quer a nível nacional.
Outra dimensão da sua atividade foi a publicação de numerosos livros, onde vertia com especial sentido pedagógico, reflexões sobre o relacionamento da Fé e da Teologia com as teorias e situações que interpretava à luz da sua formação em Psicologia, em Pedagogia em Ética e em Teologia, bem como através de artigos em jornais e revistas de diversas especialidades, entre as quais na Voz Portucalense. Podem referir-se cerca de 60 livros seus publicados com a colaboração de grupos de amigos e discípulos que os utilizavam como instrumentos de formação nos mais diversos domínios. Basta lembrar alguns temas: “Tornar-se pessoa ética e saudável”; “Amor, casamento e educação”; “Bioética, questões disputadas”; Aspectos da família e da educação para o futuro”; “Pessoa e solidariedade”; “A felicidade de viver e educar com família estável”; “Aspectos do Personalismo e da Bioética”; “Quem somos e como viver em sentido personalista”. Analisando o nosso tempo, referia que “faltam referências metafísicas”, “não dispomos de propostas éticas”, “nãos dispomos de ponderosos critérios para formas a consciência”, “sofremos da pressão do mal”.
Frei Bernardo era irmão de Frei Bento Domingues, outra figura da nossa visão teológica e sociológica do mundo.