Por Joaquim Armindo
“A globalização da indiferença tornou-se também um fenómeno universal e a paixão de evangelizar que lá senti também a sinto, hoje e aqui, e parece-me ser um dom do Espírito que atua em todas as culturas, em todos os tempos e em todos os que acreditam em Jesus Cristo” – é assim que acaba o que escreveu na revista “Boa Nova”, de dezembro de 2018, o padre Joaquim Areais, agora pároco na Maia. Esteve no Japão vários anos como missionário Ad gentes, por opção própria e reconhece que essa missão o predispôs muito mais a viver a missão, aqui em Portugal.
Viver a fé num país onde o “ser cristão” ronda os 0,30 % da população, num misto de xintoísmo e budismo, e as tradições culturais e religiosas são respeitavelmente diferentes, coloca-nos numa realidade de “ser sal da terra”. Minorias que conduz sempre ao respeito pelas maiorias, mas assumindo-se como tal, a tal ponto que diz o padre Areais, os cristãos vivem “ como os primeiros cristãos” e “sempre com um amor muito grande a Jesus e a Maria… e são vistos como uma espécie rara”.
O padre Joaquim Areais – também professor no Centro de Cultura Católica-, viveu no Japão a “catolicidade da Igreja, de modo diferente, concreto e experiencial. Agora quando realizo as minhas tarefas pastorais, sei que não estou só, mas em comunhão com gente de uma língua e uma cultura completamente diferente da minha, onde os católicos …vivem em comunidades muito solidárias e bem organizadas”.
Ali [no Japão] vive-se a fé “como um dom precioso” o que torna as pessoas mais conscientes das suas práticas de Amor a Jesus. E mais, diz: “Este nosso mundo ocidental profundamente secularizado, onde, por vezes, se vão excluindo pela indiferença os sinais de Deus, não é um mundo perdido, mas sim um mundo também salvo por Deus em Jesus Cristo”.
Assim se sente a necessidade de ser discípulo missionário, e quando estamos em terras onde os cristãos são minoritários nos sentimos a “aprender” muito melhor o Evangelho de Jesus, e a vivê-lo, adquirindo capacidades, para neste “mundo ocidental” – no concreto em Portugal -, ser evangelizador, saindo para todas “as periferias” que necessitam da misericórdia e justiça de Deus.