Jornadas de Teologia 2019: Mais realidade familiar na formação dos sacerdotes

Foto: João Lopes Cardoso

Em entrevista à VP, o diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, Ângelo Soares, declarou que gostaria que os sacerdotes aproveitassem melhor o potencial que as famílias têm como agentes de evangelização.

Por Rui Saraiva

Uma das comunicações apresentadas nestas Jornadas de Teologia na Universidade Católica no Porto esteve a cargo do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar. O diretor deste Secretariado, Ângelo Soares, em entrevista à VP, assinalou que na sua intervenção procurou apresentar respostas para os “três desafios” identificados na Exortação Apostólica do Papa Francisco “A alegria do amor” (Amoris Laetitia): “o desafio do anúncio da beleza do matrimónio; o desafio da consolidação e o desafio do acolhimento e integração das situações menos felizes”.

Desta forma, fizeram parte da comunicação do Secretariado da Família os seguintes contributos: dos “CPM (Centros de Preparação para o Matrimónio) para falarem da pastoral do anúncio; das “Equipas de Nossa Senhora para falarem da consolidação do matrimónio” e ainda uma “experiência paroquial” de Penafiel, “de acolhimento e integração de situações ditas irregulares”.

Ângelo Soares na sua intervenção incluiu uma leitura sobre as “necessidades de mudança” referindo o documento programático deste Secretariado assumido pelo bispo do Porto: “Anunciar o Evangelho da Família é a nossa Missão”.

O diretor do Secretariado da Pastoral Familiar da diocese do Porto assinalou ainda à VP que nesta diocese existe já alguma consciência de que “o futuro da evangelização passa pela Família”, referindo, contudo, que existem diferentes velocidades no trabalho nas paróquias e vigararias.

Destaque especial para o facto de Ângelo Soares considerar que os sacerdotes poderiam aproveitar melhor “o potencial que uma família pode ter como agente de evangelização”. Considera que seria importante que a “realidade familiar fosse mais presente na formação dos sacerdotes”.

“Ainda não vi muitos sinais de que a questão da realidade familiar fosse uma coisa mais presente na formação dos sacerdotes. Ou porque não estou a ver bem ou porque não existe mesmo. E gostava de ver mais. Gostava de ver uma formação dos sacerdotes com mais preocupações sobre a necessidade de se integrarem em família e de conhecerem melhor as realidades familiares, de conviverem mais com famílias e de aproveitarem melhor o potencial que uma família pode ter como agente de evangelização” – afirmou.