Pastoral Familiar: Jornada sobre o cuidado da “Casa Comum”

A 29ª Jornada Diocesana de Pastoral Familiar começou com um tempo de oração presidido por D. António Taipa, bispo auxiliar emérito do Porto. Foi proposta uma reflexão sobre o 6º dia, o dia do homem, em ordem ao qual toda a Criação se orienta, o que coloca no homem a responsabilidade do cuidado da casa comum que o Pai lhe oferece. Seguiram-se os trabalhos desta Jornada que aqui sintetizamos em texto enviado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar:

Manuel Cunha, da Amnistia Internacional, apresentou diversas situações de ofensa ao mundo e ao homem, bem como bons exemplos de esforços para tornar o mundo um lugar melhor, dizendo com Mandela: “Está nas nossas mãos fazer a diferença”.

Um painel de testemunhos, integrando representantes da LIPOR, RE-FOOD, Secretariado Diocesano das Migrações e um casal, deu a conhecer algumas boas práticas no cuidado do ambiente, redução e aproveitamento do desperdício alimentar, acolhimento dos migrantes e vivência da vida familiar / educação dos fi lhos, na perspetiva da ecologia integral que o Papa propõe na “Laudato Si’”. Estes temas foram depois tratados em workshops, donde saíram algumas propostas dirigidas às nossas comunidades familiares, sociais e eclesiais: – A plicar os cinco R da economia circular: Recusar (tudo o que gera resíduos evitáveis), Refletir (sobre alternativas menos agressivas para o ambiente), Reduzir (a utilização de poluentes), Reutilizar (todos os materiais disso suscetíveis, para o que foram apresentadas muitas ideias criativas), Reciclar (separando e encaminhando para processamento todos os materiais possíveis), sem esquecer que é muito mais importante recusar, reduzir e reaproveitar do que reciclar. – Tomar iniciativas na família e nas comunidades locais para reduzir o desperdício de alimentos e para reencaminhar excedentes para as pessoas e instituições que deles careçam, não se limitando a dar mas aproveitando para fazer educação social, pedindo serviços em troca quando possível, para que quem recebe sinta que também tem algo a dar. – Reformular a ocupação do tempo na família para educar para o cuidado do mundo e para o uso sustentável dos materiais. – Garantir que nos eventos e espaços eclesiais se faz reaproveitamento e reciclagem. – Cuidar dos vizinhos, promover a multiculturalidade, aprender a acolher (“um abraço é um sorriso dado com os braços”), criar equipas de acolhimento nas paróquias.

Na intervenção que concluiu a Jornada, Frei Vítor Arantes apresentou os cinco desafios da “Laudato Sí’”: a corresponsabilidade de todos pela salvação do planeta, a necessidade duma conversão ecológica (que exige mudança da mente e do coração), a colocação do bem comum acima dos interesses individuais ou mesmo nacionais, uma ecologia integral (que defenda a casa comum em todas as suas dimensões) e a necessidade duma espiritualidade na ecologia (pois todos pertencemos ao mesmo ato criador de Deus).