Panamá in Douro. Bispo do Porto: “De pé perante Deus e ao pé dos outros”

D. Manuel Linda apelou aos jovens para serem testemunhas de esperança.

A leitura do Evangelho de Lucas, proclamada no III Domingo do Tempo Comum, que se celebrou neste domingo 27 de janeiro, foi o mote para a homilia do bispo do Porto.

No encerramento da atividade “Panamá in Douro”, D. Manuel Linda chamou a atenção para o escrito do evangelista Lucas ao amigo Teófilo para que este possa “participar do conhecimento” sobre Jesus Cristo.

“Só Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro Homem”, é esta a mensagem que envia Lucas a Teófilo – lembrou o bispo do Porto exortando os jovens a serem “construtores de pontes” e “discípulos missionários junto dos outros jovens”.

D. Manuel Linda, disse aos jovens que participaram no “Panamá in Douro” para serem “testemunhas de esperança” sendo capazes de passar de uma cultura do “like” da realidade digital para o “ámen” nas suas próprias vidas.

Recusando a atitude daqueles que erguem muros, o bispo do Porto disse aos jovens para serem “fazedores de uma nova cultura” e assinalou que, tal como Jesus no texto evangélico deste domingo, os jovens devem estar “de pé perante Deus e ao pé dos outros” para comunicar o Evangelho.

A Eucaristia foi vivida com grande participação de todos os jovens presentes, em particular, pela envolvência musical conseguida pelo grupo coral de jovens que se voluntariaram para esta função, e pela orquestra dirigida pelo padre Bruo Ferreira, que ofereceu sonoridades de sopro, corda e percussão de grande qualidade.

No final da Eucaristia, D. Manuel Linda agradeceu o esforço do Secretariado Diocesano da Juventude para esta realização, e também dos muitos voluntários e do pessoal do Pavilhão Multiusos e da Câmara Municipal de Gondomar. Saudou as outras dioceses que estiveram presentes e os muitos movimentos e grupos eclesiais que participaram no “Panamá in Douro”.

Caminhai e cantai

Na Vigília de Oração do “Panamá in Douro” na noite de 26 para 27 de janeiro os jovens viveram momentos de intensa espiritualidade em ambiente de profundo silêncio, tocados pela beleza da arte, em expressões como a música e a dança. Foram sete as leituras que evocaram o caminho de Maria desde a sua presença no seio da comunidade cristã nascente, relatada pelo livro dos Atos dos Apóstolos, até ao momento inicial da Anunciação, magnificamente encenada por um Anjo que descia do Céu enquanto o coro cantava: Faça-se em Mim segundo a Tua Palavra, o lema da Jornada Mundial da Juventude.

Na sua breve meditação, D. Manuel Linda citou o Papa Francisco, na sua homilia, por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, no passado dia 12 de dezembro, resumindo toda a sua vida neste compasso binário: caminhar e cantar.

Recordou que Maria caminhou até Belém para o nascimento de seu Filho e daí pôs-se em fuga para o Egito. Caminhou do Egito para Nazaré e seguiu Jesus caminhando discretamente. E hoje em dia continua a caminhar connosco.

Mas, Maria expressa-se também na atitude do louvor – assinalou D. Manuel Linda – no “Magnificat”. Maria canta as maravilhas de Deus, as maravilhas da salvação, canta a alegria de se dar e doar aos outros. “Maria canta e põe a cantar” – disse o bispo do Porto – “e neste movimento interior de pôr os outros a cantar, Maria dá espaço aos outros, não reclama para si nenhuma espécie de protagonismo, não retira o protagonismo a ninguém”.

Partindo desta ideia, D. Manuel Linda deixou um apelo aos jovens: “percorrei o caminho da vossa existência, caminhando e cantando. Caminhai na companhia de Maria, levando Jesus convosco. Mas caminhai cantando, sem retirar o protagonismo a ninguém, como o fez Maria”.

De assinalar que o bispo do Porto orientou uma das várias catequeses que serviram de acolhimento aos mais de 2000 jovens que participaram no “Panamá in Douro” na manhã de sábado dia 26 de janeiro. Teve lugar na Paróquia de Valbom e participaram cerca de 250 jovens. O tema foi “Maria, discípula missionária” desenvolvido em três tópicos: à imagem de Maria, sede um pequeno resto, que cultiva uma diferença positiva; à imagem de Maria, cultivai a interioridade, para poderdes irradiar o testemunho; à imagem de Maria, desenvolvei o sentido de pertença, através dos grupos, na Igreja.

(RS/AG)