
Por Joaquim Armindo
Nos nossos encontros assumia a alegria. Uma característica inigualável, no seu bolso rebuçados. Quando o cumprimentava sabia que da outra mão recebia um rebuçado. Por isso, e sem maldade, o cumprimentava sempre. Ao ponto de na sua mão virem dois rebuçados. Mas não era esta a marca do Joaquim Augusto, a marca dele era sempre servir Jesus, colocando-se onde a Igreja quisesse, e dado que era viúvo chegou a oferecer o seu dom à igreja, para a servir de outro modo, o que não conseguiu. Lembro-me muito de que quando estávamos nos mesmos encontros alguns dias, que logo de manhãzinha conseguia a todos demonstrar esse contagiante sorriso com um abraço de bom dia, “graças a Deus”. Insisto nesse sorriso porque era tão contagiante – de boca a boca –, que se lia o seu amor pelo diaconado, pelo caminho a trilhar, fosso o que fosse!, para o Evangelho de Jesus ser proclamado. Muto calmo, mas muito entusiasta. Também sei que nós – os do “curso” – preparávamos uma visita quando estava doente, mas fomos muito lentos, de tal forma que só conseguimos no dia do seu funeral…
O Joaquim Augusto – ou Joaquim Santos, como mais o conhecíamos-, era um “diácono a tempo inteiro” e daí o nome de “diácono permanente”. Fugia das publicidades e não gostava de “dar-nas-vistas”, com uma humildade de cristão dedicado nos braços do seu Jesus. Para ele o seu foco era mesmo este, Jesus. Sempre mantinha tal como uma permanente palavra a bailar nos seus olhos. Joaquim Augusto fazia da sua vida isto, com um olhar sobre a sua esposa já falecida, enternecia-se a falar da sua família, e caminhava como passando de um rio ao outro, neste labirinto da vida.
Não poderia agora escrever sobre ele e afirmar as suas enormes qualidades de doação aos outros, onde encontrava sempre o Outro, ele não quereria. Quereria sim que disséssemos que Jesus é bondoso e misericordioso, que falássemos do Amor, que ele encontrou sempre no Evangelho da sua vida. O seu funeral foi assim, um louvor à vida e todos vamos procurar ser testemunhas da riqueza que foi o passar com ele tantos dias. Pelo seu sorriso, onde se lia Jesus. E ele não leva a mal, pelos seus rebuçados!