
D. Manuel Linda, bispo do Porto, esteve presente em Madrid e sublinhou o clima de oração e a vivência prática do acolhimento e da hospitalidade. A capital espanhola acolheu largos milhares de jovens no 41º Encontro Europeu da Comunidade de Taizé.
Muitos milhares de jovens tiveram uma passagem de ano em partilha, convívio e oração. Juntos na Peregrinação da Confiança sobre a Terra que já percorreu tantas outras cidades europeias nas últimas décadas. Em Madrid foram 170 paróquias e milhares de famílias a abrirem as suas portas com o espírito de acolhimento que caracteriza estes encontros.
Palavras do prior de Taizé
O prior de Taizé neste Encontro Europeu de Madrid promovido pela Comunidade de Taizé, e que já vai na sua 41ª edição, defendeu uma globalização «humana» que supere a fixação económica e financeira
O Irmão Alois de Taizé disse à Agência Ecclesia, em Madrid, que é necessária uma globalização mais “humana”, que supere a fixação na vertente económica e financeira.
“Não partilhamos verdadeiramente as nossas culturas, não ouvimos realmente os outros. Só queremos vencer, neste mundo globalizado, queremos ganhar alguma coisa, mas não descobrimos a riqueza dos outros” – referiu o irmão Alois, durante o 41.º Encontro Europeu de Jovens, que decorreu de 28 de dezembro a 1 de janeiro de 2019, na capital espanhola. O irmão Alois contesta uma globalização que acontece a nível económico e financeiro, mas não tanto a “nível humano”.
O Encontro Europeu de Madrid teve como tema: ‘Não nos esqueçamos da hospitalidade’ e das várias questões em reflexão foi abordado o desafio das migrações na Europa.
D. Manuel Linda e jovens do Porto em Madrid
O bispo do Porto, D. Manuel Linda esteve presente em Madrid e em declarações à Agência Ecclesia afirmou que esta iniciativa permite “congregar pessoas da mesma fé” e dar-lhes visibilidade, num tempo em que se sente “indiferença” e mesmo “hostilidade” em relação às convicções religiosas
“Os jovens, ao verem outros jovens de todos os países da Europa, também se sentem entusiasmados” – sublinhou o bispo do Porto após ter participado num momento de oração com os jovens portugueses.
“Aqui não há uma reflexão teórica sobre o acolhimento ou a hospitalidade, mas há uma prática que fala muito mais do que todas as palavras poderiam” – disse declarou D. Manuel Linda à Agência Ecclesia. “Estes encontros de Taizé, ao insistirem fundamentalmente na oração, entranham-se muito mais na fé” – afirmou.
Foram muitos os portugueses que estiveram na capital espanhola e entre eles jovens da diocese do Porto. Publicamos aqui um texto que nos foi enviado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Juventude:
Na madrugada do dia 28 de dezembro, depois de terem sido abençoados por D. Manuel Linda, comer uma fatia de bolo-rei e um chá quente, partiram, da praça da Sé Catedral, aproximadamente, duzentos jovens em direção a Madrid desejosos de viver esta peregrinação promovida pela comunidade dos irmãos de Taizé.
Em Madrid, os jovens foram divididos por famílias e integrados em paróquias. De 28 de dezembro a 1 de janeiro foram possibilitados tempos de oração, nas paróquias de acolhimento, reflexões em grupo, workshops muito diversificados a partir do tema da hospitalidade que, de uma forma ou outra, foi estando sempre presente nas palavras que o Irmão Alois dirigiu aos jovens em cada dia.
D. Manuel Linda e uma boa parte dos elementos do SDPJ, estiveram presentes no encontro por Países de origem, na Igreja de San Isidoro e San Pedro Claver. Este encontro foi animado pelo Irmão David,irmão de Taizé, e ao Bispo D. Manuel foi dada a palavra para falar do Sínodo dos jovens e deixar o desafio ao discernimento Vocacional.
Na noite de 31 de dezembro para 1 de janeiro D. Manuel esteve presente onde os jovens estavam e a sua presença fez-nos sentir em casa.
Desta peregrinação ficaram-nos três desafios deixados pelo Irmão Alois, para nos comprometermos pela paz:
O primeiro, diminuir o abismo entre ricos e pobres. Dar mais atenção às situações de pobreza rompendo o isolamento;
O segundo é acolher os imigrantes e refugiados. Apoiar iniciativas locais e internacionais;
O terceiro afirma: a paz entre os humanos precisa da solidariedade com a criação.
Fomos como peregrinos a Madrid para viver a peregrinação da Confiança; agora peregrinemos na vida não esquecendo a hospitalidade.