Na homilia da Missa da Noite de Natal Francisco convidou os cristãos a subirem a Belém para descobrirem aí o Mistério do Natal. O Papa recordou que Belém significa “casa do pão” e assinalou que é nesta casa que “o Senhor marca encontro com a humanidade”.
Disse o Papa: “Para muitos, o sentido da vida parece ser possuir, estar cheio de coisas.” “Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento. Não agarra, oferece de comer; não dá uma coisa, mas dá-Se a Si mesmo. Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que agarra a vida, mas Aquele que dá a vida”.
Fazendo uma ligação concreta com a missão de Jesus Cristo no mundo, o Santo Padre afirmou: “Ao homem, habituado desde os primórdios a agarrar e comer, Jesus começa a dizer: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26).”
Segundo o Papa: “O corpo pequenino do Menino de Belém lança um novo modelo de vida: não devorar e acumular, mas partilhar e dar. (…) Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar.”
O Papa deixou na sua homilia algumas interrogações:
Qual é o alimento de que não posso prescindir na minha vida? É o Senhor ou outra coisa qualquer?
Será verdade que preciso de tantas coisas, de receitas complicadas para viver? Do que é que consigo prescindir para abraçar uma vida mais simples? No Natal, reparto o meu pão com aqueles que estão sem ele?
O Papa pede que neste Natal sejamos capazes de ser como os pastores que anunciam o nascimento do Menino Jesus: “Velam durante a noite: não dormem, mas fazem aquilo que Jesus nos pedirá várias vezes: vigiar“. (…) “Não ficam parados” (…) “… depois de terem visto Jesus, embora sem grande habilidade para falar, vão anunciá-Lo, de modo que «todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores».”