No outono que agora termina os sacerdotes e bispos mais idosos da diocese do Porto tiveram oportunidade de celebrar a Festa de S. Martinho. Foram momentos de convívio também com seminaristas. Tudo contado num texto que nos envia Cristiano Ribeiro e que aqui publicamos
“Em Dias de Outono”
“No S. Martinho vai à adega e prova o vinho”. E provado ficou que o vinho estava bom!
Este podia ser um relato de uma qualquer experiência sobre a Festa de S. Martinho e da prova do vinho novo.
Mas a experiência de que vos falo, foi do mês de Novembro com os sacerdotes da Casa Sacerdotal, que foi vivida em três tempos. O que quero dizer com isto, é que foi vivido com a fugacidade das boas experiências mas também porque o S. Martinho foi festejado em três momentos diferentes… E o vinho, esse em “boa conta, peso e medida” é um bom companheiro para qualquer festejo, e por isso não deixou de responder ao apelo e apareceu também em três tempos.
Vinho à parte (mas presente), no dia 11 de Novembro, pela Festividade do S. Martinho, na Casa Sacerdotal da Diocese do Porto, a Eucaristia foi o primeiro momento a marcar passo nesta festividade religiosa a que se seguiu o almoço regado com um dito cujo que de novo só tinha o ano de colheita, mas que regou bem toda a refeição. Para partilha levamos na capa, regueifa de Valongo, sopas secas, castanhas e como não podia deixar de ser, uma Jeropiga para ajudar na digestão… Nunca por outras intenções.
Festa feita e passada continuou a ser recordada no sábado seguinte, dia 17, com a visita dos seminaristas do Seminário de Bom Pastor à Casa Sacerdotal. Nesta Casa que poderá vir a ser a de qualquer um deles, brindaram-nos com a vivacidade de aprendizes. Tiveram um papel ativo na animação eucarística e na apreciação do tão famigerado elemento de regadio de uma boa refeição. Há que treinar, não é?!. Como é óbvio estou a brincar, mas os sacerdotes desta Casa sentem-se na obrigação de ensinar a “comer (e a beber) como um abade”. Tudo com intenção didática… Creio que o exemplo foi dado, ora aprenda quem quiser. Mais uma vez brinco e para corrigir lembro que no exagero deste néctar como diz a música “…as leis da física falham e, a vertical de qualquer lugar oscila sem se deter e deixa de ser perpendicular.” Cautela na aprendizagem…
Este foi o segundo momento da experiência que melhor lembra o Outono e que trouxe a todos os sacerdotes da Casa Sacerdotal, a felicidade da companhia destas jovens promessas ao legado sacerdotal e a nostalgia dos tempos idos mas não esquecidos de quem por lá passou.
Ora aqui tão próximo, na Igreja paroquial de Cedofeita, foi o nosso terceiro tempo vivido, na comemoração do S. Martinho. Não fosse este o padroeiro desta mesma Igreja que recentemente recebeu obras de requalificação. Com esta desculpa fomos partilhar com o Pe. Fernando Silva, tesoureiro da Direção desta Casa, o orgulho de apresentar o seu trabalho e o resultado destas obras. Iniciamos com uma visita à Igreja e ouvimos, com certo detalhe a explicação do Pe. Fernando sobre cada alteração efetuada. Admiramos a qualidade artística desta obra e ainda conseguimos ver e perceber umas tantas obras de paramentaria e outras peças em exposição, na sacristia desta Igreja e no espaço que nos recebeu de seguida para saborear as castanhas que o anfitrião nos ofereceu.
Castanhas que estavam tão bem recheadas, não com a tradicional larva mas com os restantes compostos de um bom lanche e ainda regados com… claro… bom vinho!!!
Obrigado Pe. Fernando, pela receção calorosa e pela partilha do seu trabalho a quem já tanto fez e que por isso, agora não devem ter um “tanto faz”!
Obrigado Padre José Augusto, Reitor do Seminário Bom Pastor e aos seus Seminaristas pelo calor do vosso sangue novo que AVIVOU memórias alegres nestes homens que já por aí caminharam mas que ainda têm sangue nas veias e logo muito para vos dar. Aproveitem… Só podem ganhar!
Neste mês de Novembro apelamos às “bebedeiras” do entusiasmo, da partilha, do abraço a todos os que com capa ou sem capa não escaparam de se cruzar nas nossas vidas… Este também é o sangue que nos corre e escorre de Cristo. E se para o simbolizar for preciso beber algum vinho, pois que seja… Não me parece tão grande esforço… Até porque “é ingratidão falar mal do vinho… E a provar o que digo vamos meu amigo a mais um copinho”!
(inf: Cristiano Ribeiro)