No domingo, 16 de dezembro, o novo bispo auxiliar do Porto foi ordenado numa celebração presidida por D. António Luciano, bispo de Viseu. Com 61 anos de idade, D. Armando Domingues iniciará o seu serviço pastoral na diocese do Porto no próximo domingo dia 23 de dezembro.
A Sé de Viseu acolheu na tarde do domingo dia 16 de dezembro a ordenação episcopal de D. Armando Domingues. D. António Luciano, bispo de Viseu, presidiu a esta celebração. Foram bispos co-ordinantes D. Ilídio Leandro, bispo emérito de Viseu e de D. Manuel Linda, bispo do Porto, que agora acolherá o novo bispo na diocese portucalense. Presentes muitos sacerdotes e bispos de várias dioceses.
D. Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal leu o mandato apostólico de nomeação do bispo, datado de 27 de outubro. Nesse texto é sublinhada a necessidade de ajudar os “pastores sobrecarregados com tanto trabalho”.
A Liturgia da Ordenação incluiu a apresentação do eleito, que promete fidelidade ao Papa; a sua prostração; a imposição das mãos; a entrega do Livro dos Evangelhos e das insígnias – o anel, símbolo da fidelidade à Igreja; a mitra, que evoca o “esplendor da santidade”; o báculo, que significa a missão de “pastor” – refere a Agência Ecclesia.
O portal de notícias informa ainda que na homilia da celebração, D. António Luciano, bispo de Viseu, destacou a “alegria” vivida pela diocese, com esta ordenação episcopal nas proximidades do Natal, falando num chamamento comum a todos os cristãos, “à vida, à vocação, à consagração, à missão e à santidade
“Caríssimo D. Armando, ao sermos chamados ao Episcopado, tudo muda na nossa vida, as coisas agora passam a ser diferentes, como nos lembra o próprio Ritual” – assinalou o prelado dirigindo-se ao novo bispo.
Segundo a Agência Ecclesia no final da Missa, D. Armando Esteves saudou os presentes, da sua terra natal à nova diocese que vai servir, evocando figuras como D. António Ferreira Gomes, “marco inquestionável da história recente da igreja em Portugal”, D. Manuel Martins e D. António Francisco dos Santos.
Recordou os seus pais, que tiveram 11 filhos pelo seu exemplo de “honra, respeito, disciplina e fé sem explicações”. Após passar em revista algumas passagens do seu percurso de vida, o bispo auxiliar do Porto disse que esta nomeação não é um “privilégio ou mérito”, mas um “dom de Deus”.
O lema episcopal do novo bispo auxiliar do Porto é “Eis a tua Mãe”, palavras de Jesus ao apóstolo São João. Recordamos aqui as suas palavras à VP em recente entrevista nas quais expressa o significado desta escolha:
“… o lema não se centra em Maria mas no Bom Pastor que, no alto do Calvário e por amor, dá a vida pelas suas ovelhas. Esse é o meu modelo de Pastor que, dando a vida, faz nascer a Igreja, uma Igreja Mãe.
O Papa explica-o na EG 285: “na cruz, quando Cristo suportava na sua carne o dramático encontro entre o pecado do mundo e a misericórdia divina, pôde ver a seus pés a presença consoladora da Mãe e do amigo. Naquele momento crucial, antes de declarar consumada a obra que o Pai Lhe havia confiado, Jesus disse a Maria: «Mulher, eis o teu filho!» E, logo a seguir, disse ao amigo bem-amado: «Eis a tua mãe!» (Jo 19, 26-27).
O lema mostra uma cruz que se transforma em estrada de luz, dom do Espírito do Ressuscitado que cria a Igreja. Envolvidos neste mistério, Maria e João. Maria torna-se Mãe, casa, Igreja para toda a humanidade… Nele sobressai a leveza da Mãe que conduz silenciosamente uma fileira de pessoas nascidas na luz do ressuscitado e que invadem o mundo com um amor capaz de mostrar uma Igreja “casa para muitos e mãe para todos” (EG 288).
Por fim, João, bispo e filho, que fará ‘casa’ com Maria! Ele mostra a estrada, uma estrada feita de picos e de abismos como a nossa vida de cada dia. Com Maria – e mãe como ela, – estará apto a acolher e recolher todas as periferias: os desesperados, os angustiados, os exilados, os abandonados, os famintos, os pecadores e tudo o que não é paraíso…e, então, todos saberemos que temos Mãe!”