
Para responder ao apelo do bispo do Porto inscrito no seu Plano Diocesano para este ano pastoral “Todos Discípulos Missionários” e partilhando com as dioceses portuguesas a vivência deste Especial Ano Missionário, as Associações, Movimentos e Obras da diocese do Porto reuniram-se em Encontro Anual no passado sábado dia 17 de novembro.
texto e foto Rui Saraiva
Foi sob a presidência de D. António Taipa, bispo auxiliar do Porto, que os organizadores deste encontro propuseram a reflexão pastoral do padre Amaro Gonçalo, pároco de Nossa Senhora da Hora em Matosinhos. Este sacerdote, nos últimos anos, esteve ligado à conceção do Plano Diocesano de Pastoral para o quinquénio 2015-2020. Pertence também à equipa pastoral que tem vindo a propor as caminhadas diocesanas de vivência dos tempos fortes do ano litúrgico.
Em declarações à VP, a propósito da reflexão que apresentou neste encontro das Associações, Movimentos e Obras da diocese do Porto, o padre Amaro Gonçalo sublinhou que “um discípulo missionário faz-se a partir da experiência do encontro com Cristo”. “Fazer um discípulo é pô-lo constantemente em contacto vivo com a pessoa viva de Jesus Cristo” – afirmou o padre Amaro Gonçalo tendo declarado que “ser missionário não é um adorno” mas “é a própria vida” de um discípulo, pois “não se pode ser missionário sem ser discípulo”.
O padre Amaro salientou na sua comunicação a importância do protagonismo dos leigos no âmbito da missão e assinalou que “o lugar dos leigos é o mundo”, frisando que as paróquias, em particular, devem desenvolver parcerias com o tecido social para não correrem o risco de se tornarem irrelevantes no meio urbano. A este propósito partilhou com os participantes no Encontro e com a reportagem da VP um episódio, contando que, recentemente, pediu para estar presente numa “reunião das coletividades da freguesia de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora”. Dessa reunião surgiu o desafio da realização de um presépio no espaço público. A ideia foi acolhida e várias instituições estão a colaborar no desenvolvimento desta atividade num período tão importante como o Advento e Natal. Eis um exemplo simples mas significativo de anúncio de Jesus Cristo em espaço público.
D. António Taipa, bispo auxiliar do Porto, presidiu à Mesa deste encontro e, em declarações à VP, salientou o trabalho realizado ao longo de muitos anos com as Associações, Movimentos e Obras da diocese, com o objetivo da integração destas realidades na Igreja procurando dar-lhes a conhecer em modo formativo a palavra do bispo diocesano e também a palavra do Papa. “Ajudá-los a sentirem-se Igreja uns com os outros e a tentar ajudá-los a entender a profundidade do que são no meio do mundo: anunciadores de Cristo” – afirmou o bispo auxiliar do Porto.
Olhando para o futuro, D. António Taipa, declarou que “talvez estes encontros precisem de um modelo novo”, referindo-se ao facto de, no passado, estes encontros laicais terem tido a presença de mais de 300 pessoas e neste sábado dia 17 de novembro eram pouco mais de 50 pessoas. Precisamente, sobre este facto a VP ouviu Maria Leopoldina Pinho, ativa colaboradora deste Secretariado Permanente e que nos referiu existirem na diocese 61 movimentos e obras e que neste encontro de 2018 estavam presentes apenas 15. Apontou algum envelhecimento dos líderes de algumas das realidades laicais, mas declarou não se sentir desanimada e apontou a necessidade de uma renovação do trabalho com as associações, movimentos e obras numa linha de ação missionária.