Por Joaquim Armindo
Artigo interessante é o publicado na “Revista Concilium”, de setembro de 2018, sobre “Los Desafíos Globales de la Iglesia del Futuro”. Jayeel Cornelio, o autor é diretor de um programa de desenvolvimento, da Universidade de Manila (Filipinas). Começa por alguns números a reter. O cristianismo é professado no mundo por 2 mil milhões de pessoas, das quais 50% são de tradição católica romana. As tradições ortodoxas e protestantes são respetivamente de 37% e 12% dos cristãos e 1% de outros grupos e denominações cristãs, que fazem da competição entre si, o aspeto principal da sua atividade. Adianta mais alguns números, como a da previsão de que em 2050, 72% dos cristãos serão da América Latina, Ásia e África. As igrejas cristãs serão no ano de 2060 de 31,8% da população mundial, em 2015 era de 31,2%, logo a proporção mantém-se com um ligeiríssimo acréscimo. Mas os cristãos da Europa descerão de 24% para 14%, enquanto da América do Norte de 12% para 9%, América Latina de 25% para 22% e a região da Ásia-Pacifico permanece em 13%. Em África haverá uma subida de 26% para 42%. A religião islâmica passará ao nível mundial de 24,1% para 31,1%.
Se os números apontados no estudo são uma perspetiva, há que tomá-los em prospetiva. São dois termos diferentes, enquanto o primeiro aponta para o caminho normal, se nada se fizer, a prospetiva é que tendo em consideração os números perspetivados, o que se poderá fazer para inverter a sua tendência e dinamizar a Igreja, para números outra situação. As percentagens apontadas definem um rumo numérico, quantitativo e não qualitativo, mas apesar disso não deixam de ser preocupantes e questionadores se, hoje, as práticas das estruturas das igrejas e seus membros não serão os mentores desta situação.
Cornelio defende que uma reelaboração da Igreja, no sentido da globalidade, deve ter como marca a humildade e não a arrogância, esta que o papa Francisco tanto denuncia. Uma igreja que escute e responda aos anseios das populações marginalizadas e, ao mesmo tempo, que os jovens encontrem nela, não um embaraço permanente, mas uma inspiração. A Igreja do futuro será a que for inclusiva e nunca exclusiva, remata.