Universitários: pontapé de saída à conversa com D. Manuel Linda

O bispo do Porto visitou o CIMT-Centro in Manus Tuas, e aí se reuniu com os estudantes que colaboram ou estão em contacto com a pastoral universitária Da conversa em tom de tertúlia esta foi uma das pistas retidas pelos jovens que partilharam com a VP: O tempo profundo do dinamismo do coração.

“O cristianismo não está em fim de linha. (…) Este tempo não é o tempo das multidões, mas o tempo da profundidade. O cristianismo, hoje, na Europa, não trabalha em extensão (…), mas trabalha em profundidade.”

Estas foram algumas das palavras do nosso Bispo do Porto, na abertura oficial da nossa Pastoral Universitária, num serão de conversa bem animado, realizado no passado dia 18/Outubro, no Centro In Manus Tuas (CIMT). Com este serão, concretizou-se assim um desejo mútuo de o nosso Bispo conhecer um pouco melhor este setor da Pastoral, e os jovens universitários presentes poderem também conhecerem um pouco mais do seu Bispo. E, de facto, num tom bastante descontraído, simples e próximo, sentiram-se cerca de 90 minutos de conversa a esfumarem-se num ápice. Talvez porque, como admitiu o próprio ao longo desta conversa, “em qualquer setor, as únicas chaves que abrem o coração são as da ternura”.

Porém, confessou igualmente aquilo que espera de um cristão, sobretudo de um jovem cristão universitário, na sociedade atual: “Quero de vocês que aquilo que é convívio, seja convívio. Aquilo que é festa, seja festa. (…) Aquilo que é para ser a sério, seja a sério. Se não as pessoas sentem-se ludibriadas. Se há mistura de tudo, e aquilo que devia ser sério é brincadeira, o que é que eu vim aqui fazer..”. Até porque, de um cristão neste tempo, “espera-se que seja uma pessoa de esperança (…), seja fermento. (…)”. Mas, alertou igualmente: “Meus jovens, nunca meçam as coisas do futuro em função do número. Mas meçam-nas em função do dinamismo do coração, do amor que há ou não dentro do coração.”

Por isso, e em jeito de conclusão neste serão oficial de abertura do Ano académico da Pastoral Universitária, D. Manuel Linda apontou assim o verbo “ousar” como a palavra a marcar neste Ano que agora se inicia. Para que possamos ser verdadeiro fermento num mundo que já não se mede pela extensão das multidões, mas pelo “movimento (sério) de sístole e diástole” capaz de irrigar o dinamismo do amor nos interstícios daqueles que muitas vezes não conseguem reconhecer Deus como Pai.

(inf: Joana Cardoso)