Sínodo: O inquérito

Por Joaquim Armindo

A leitura do Boletim de Diocese do Porto – “Igreja Portucalense” – é importante, porque além de transcrever algumas homílias do papa Francisco e bispos, a sua atenção é focada em textos e estudos pertinentes e proveitosos.

No seu último número, destaco o texto sobre o inquérito realizado acerca do Sínodo dos Bispos. O Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Porto questiona o facto de ter obtido 84 respostas, o que é muito pouco, e é verdade!, para o número de inquiridos e para o número de jovens existentes na Diocese. Mas não deve o Secretariado promotor culpar-se por isso, dado que por si só é um resultado que deverá ser refletido, não em questões de metodologia, mas de sinais, que são evidentes. Jovens e párocos pelo meio responderam 50 e de párocos, identificados enquanto tal, 12, além dos movimentos juvenis de que se contaram 15. Ora, jovens dentro da igreja há muito mais que 50, párocos aí uns 300 e movimentos muitos mais. Seria, também, interessante obter opiniões de jovens não inseridos na igreja, mas o relatório cá está, e é sobre este que se trabalha.

Uma das grandes dificuldades, de acordo com os resultados, é “ouvir os jovens” e “perceber as suas perspetivas, opiniões e necessidades”. Ora aqui está uma questão concreta, que acredito ser de todos nós, um ouvir ativo. Aqui falhamos todos, porque talvez em vez deste “ouvir ativo”, estejamos à espera de “ouvir-o-que-queremos-ouvir”. Se não for assim, eis mais uma “cruzada” em atividade. É interessante que à pergunta “o que pedem os jovens à Igreja hoje”, destacam-se, por parte dos jovens, “compreensão” e “ser ouvidos”, logo seguido pela “participação ativa”, “proximidade”, “acolhimento” e “diálogo”.

O inquérito nunca se refere às questões ditas “fraturantes” e que são o nosso quotidiano, nem a uma definição de “vocação”, o que não sei se foi opção. Nunca esquecer que se os jovens respondentes indicam os “bares/discotecas” e “atividades desportivas”, como o seu local fora do âmbito eclesial, também referem a necessidade de “encontros” e “retiros”, como prática interessante, até ao nível internacional.

Tudo isto e mais as respostas obtidas são resultados e não esquecer.