Casa Sacerdotal

Por Lino Maia

Com o objetivo de garantir alojamento e cuidados de saúde aos sacerdotes idosos da diocese  no outono das suas vidas, a Casa Sacerdotal do Porto foi inaugurada em 29 de Julho de 2005 por D. Armindo Lopes Coelho, bispo que a idealizou. Fica ali na Torre da Marca, bem perto do Palácio de Cristal e da Casa Diocesana de Vilar.

Ao fim dos primeiros anos de ensaio – e agora com a sensibilidade e o bom gosto de D. António Francisco – algumas obras de beneficiação se impuseram para melhor corresponder ao inicial propósito de humanização: dignidade, respeito e clima de afeto. Com o apoio maioritário da Irmandade dos Clérigos (as obras rondaram os 500 mil euros) a Casa Sacerdotal “reabriu” simbolicamente neste ano, no dia de S. José, seu patrono. Com estas obras, entre outras benfeitorias, a Casa ficou dotada de ar condicionado, balneários, caldeira, gabinete de enfermaria, iluminação renovada, painéis solares e mais alguns quartos. Uma bela sala de jantar (os móveis foram ali “colocados” com o generoso envolvimento dos padres da Vigararia de Paços de Ferreira) congrega  todos os padres em harmonioso “cenáculo”. Uma confortável capela favorece o ambiente de oração comunitária e a celebração eucarística: ali se destaca um belo Cristo destacado pelo Museu de Arte Sacra para que todos aqueles concelebrantes recordem o Seminário que os projetou na bela aventura do sacerdócio… Falta – quase só – harmonizar o jardim da Casa para que os residentes sintam a fragrância das plantas floridas. Quem sabe se uma outra vigararia não quererá imitar a da Capital dos Móveis? Aliás, bom seria que por todas as vigararias da Diocese germinasse a ideia de se associarem a uma Casa onde estão alguns que as serviram e outros que ali virão a encontrar tempo e espaço para alentos de bênção e recordações de doação…

A Casa Sacerdotal dispõe de 18 apartamentos (cinco estão devolutos, provisoriamente):  o seu usufruto pressupõe um requerimento ao bispo diocesano. E, após as obras de beneficiação, ficou a dispor de um enfermaria e de 15 quartos (tinha 12) para padres (ou bispos) em situação de convalescença e, eventualmente, também familiares que os tenham acompanhado nos últimos anos – a comparticipação de cada um é ajustada às próprias possibilidades e opções e a sua ocupação também passa pela aceitação episcopal.   

A Direção da Casa é presidida pelo Padre Joaquim Mário Andrade, um sacerdote com especial sentido sacerdotal e cuidada sensibilidade presbiteral, que, para além de outras atividades pastorais (também é o pároco do Padrão da Légua), ali vai concelebrar com os irmãos no sacerdócio, o que favorece a comunhão sacerdotal e desafia outros a passarem por ali e a partilharem o dom do ministério. De realçar, também, a colaboração dedicada dos padres Nuno Antunes, pároco do Bonfim, e Fernando Silva, pároco de Cedofeita e o “acompanhamento” solidário da Irmandade dos Clérigos (com a participação do Padre Manuel Fernando) e da Fraternidade Sacerdotal (através do Padre Vicente Silva) que apoiam uma Casa que lhes é muito próxima.  Como saudável “ornamento da Casa” há a presença de um grupo de Irmãs da Congregação de São José de Cluny, que apoiam na  animação, na liturgia e nas refeições.

Os padres e os bispos que serviram a Igreja merecem o serviço da Igreja. Também merecem a comunhão presbiteral…