Ministrantes Missionários: assim quer Jesus! – Papa Francisco

Desde o início do seu pontificado que o Papa Francisco se tem encontrado repetidamente com os acólitos ministrantes com os quais criou grande empatia. Em síntese, podemos dizer que o atual Pontífice tem dado mais ênfase à dimensão missionária deste serviço eclesial.

Em 5 de agosto de 2014, recordou-lhes que o mundo precisa de pessoas que testemunhem aos outros que Deus é Pai e nos ama. Os acólitos devem ser «canais» por onde passe o amor de Jesus: «Muitos adolescentes e jovens da vossa idade têm imensa necessidade de alguém que, com a própria vida, lhes diga que Jesus nos conhece, que Jesus nos ama, que Jesus nos perdoa, que Ele compartilha connosco as nossas dificuldades e que Ele nos sustém com a sua graça». Nem sempre será fácil conciliar o compromisso de acólitos ministrantes com as outras atividades que são necessárias para o seu crescimento humano e cultural. Impõe-se organização e programação equilibrada. Recomendação final: «Se seguirdes Jesus e o seu Evangelho, a vossa liberdade desabrochará como uma planta em flor, e dará frutos bons e abundantes».

Em 4 de agosto de 2015, Francisco recebeu em São Pedro nova peregrinação internacional de Acólitos. Então lhes recordou que, quanto maior for a proximidade e familiaridade com Jesus na Eucaristia e no serviço do altar, tanto maior deve ser a abertura aos outros e à missão. A partir da visão vocacional de Isaías (cap. 6) – encontro com Deus, no seu Templo, experiência de purificação/transformação, disponibilidade para o envio em missão: «Eis-me aqui, enviai-me!» (Is  6,8) – Francisco recordou que a situação dos acólitos é bem melhor que a do antigo Profeta:

«Na Eucaristia e nos outros sacramentos experimentais a proximidade íntima de Jesus, a doçura e a eficácia da sua presença. Não encontrais Jesus colocado num trono, alto, sublime e inalcançável, mas no pão e no vinho eucarísticos, e a sua palavra não faz vibrar os umbrais das portas, mas as cordas do coração». «Se não resistirmos à sua acção Ele tocará os nossos lábios com a chama do seu amor misericordioso, como fez com o profeta Isaías, e isso tornar-nos-á idóneos para O receber e levar aos nossos irmãos.

Como Isaías, nós também somos convidados a não ficar fechados em nós mesmos, guardando a nossa fé num depósito subterrâneo onde nos retiramos nos momentos difíceis. Somos chamados, ao contrário, a compartilhar a alegria de nos reconhecermos eleitos e salvos pela misericórdia de Deus, a sermos testemunhas de que a fé é capaz de dar nova direcção aos nossos passos; que ela nos torna livres e fortes a fim de estarmos disponíveis e idóneos para a missão». «A fé nos faz sair de nós mesmos, do nosso isolamento e, justamente porque somos repletos com a alegria de ser amigos de Cristo Senhor, ela nos dirige para os outros, tornando-nos naturalmente missionários! Ministrantes missionários: assim quer Jesus!»

Francisco terminou com um agradecimento: «Obrigado pela vossa disponibilidade de servir o altar do Senhor, tornando este serviço uma academia de educação na fé e na caridade ao próximo. Obrigado também por terdes começado a responder ao Senhor, como o profeta Isaías: «Eis-me aqui, enviai-me» (Is 6, 8)»

O último encontro do atual Papa com os Acólitos ministrantes aconteceu na recente Peregrinação Internacional (31 de julho de 2018) em que os Acólitos da Diocese do Porto estiveram bem representados. Desta vez estabeleceu-se um diálogo em que Francisco respondeu a 5 perguntas. Foram dadas indicações valiosas de como levar ao Paz celebrada na Liturgia para o mundo, de como articular a dimensão contemplativa do serviço litúrgico com o empenhamento ativo em serviços concretos, de como incentivar o testemunho dos acólitos junto dos companheiros da mesma idade que vão rareando das nossas Igrejas, da importância de alimentar a fé e de progredir no caminho da santidade. «Hoje vós, como jovens, podeis ser apóstolos que sabem atrair os outros a Jesus. Isto acontece se vós mesmos estiverdes cheios de entusiasmo por Ele». Tudo para a maior glória de Deus, conforme o exemplo de Santo Inácio de Loyola cuja memória a Igreja celebrava no dia da audiência.