Colégio de Gaia promove Jornadas de Inovação Pedagógica

Decorreram no passado dia 7, no Auditório do Centro Social e Paroquial de Mafamude, as I Jornadas de Reflexão e Inovação Pedagógica, do Colégio de Gaia, uma resposta aos grandes desafios que este estabelecimento de ensino tem pela frente, na arte de ensinar e nas respostas atentas aos alunos que o frequentam. Estas jornadas incidiram sobre a Flexibilidade Curricular, temática desenvolvida pelos professores Nuno Queirós e Miguel Angel Guerra.

No início do encontro, O Diretor Pedagógico do Colégio, Pe. António Barbosa, deu as boas-vindas aos participantes, manifestando alegria pelas jornadas, um tempo para “refletirmos sobre as questões da educação, que a todos preocupam”. Além disso, lembrou que “os docentes, hoje mais do que nunca, têm necessidade de inovarem as suas práticas pedagógicas, adequadas a um contexto concreto, numa preocupação com os alunos”.

No uso da palavra, o Professor Doutor Eduardo Vítor, presidente da Câmara Gaiense, realçou a importância do evento, em início de ano escolar, “permitindo uma reflexão atenta e atempada sobre o que fazemos e as questões atuais da área da educação”. E, ao terminar a sua intervenção, referiu que compete aos municípios pronunciarem-se sobre as necessidades concelhias e que as escolas podem responder e colaborar. “A escola é para mudar, e todos nós devemos prover a que isso aconteça, para bem da educação”, realçou.

O docente do Colégio de Gaia, Nuno Queirós Rodrigues, refletiu sobre a importância da articulação interdisciplinar na regulação do esforço de aprendizagem em ambientes online, “uma das grandes propostas que as escolas, hoje, são chamadas a desenvolver a nível da sua ação pedagógica”, defendendo que cada estabelecimento tem a obrigação de criar condições para que os alunos possam aprender. “Os professores devem trabalhar em equipa, para evitarem duplicar as atividades dos alunos, quando uma única tarefa pode ser avaliada em várias disciplinas”, lembrou.

O professor deve acompanhar o aluno na análise crítica da informação que recolheu para cimentar as suas aprendizagens. Assim, rematou, “a escola deve criar condições para o desenvolvimento das diferentes e complementares aprendizagens”.

Seguiram-se testemunhos de três estudantes do ensino superior, Rita Costa, Moisés Cruz e Rafael Hernandez, que alertaram para a necessidade de a escola se inovar e se adaptar às novas mudanças, capaz de “formar um ser humano, um cidadão”, em todas as suas potencialidades. Em sua opinião, “a nova escola” passará por alterar a disposição tradicional dos alunos em sala de aula, permitindo “um melhor debate de ideias e facilitando um trabalho em pequenos e grandes grupos”.

A última intervenção, intitulada “Innovar o Morir”, teve como palestrante o Professor Doutor Miguel Angel Santos Guerra, doutor em ciências da educação, Professor Emeritus de Ensino e Organização escolar na Universidade de Málaga, que prestigiou estas jornadas pedagógicas. A partir de histórias e estórias deu um novo olhar sobre a pedagogia das aprendizagens, realçando que, “se a escola não se inova, morre para os alunos e para a sociedade”.

Através de uma linguagem fácil, acolhedora e cativante, realçou que a missão do professor deverá ser “educar os alunos não para serem os melhores do mundo, mas para construírem um mundo, mas para construírem um mundo melhor”. E, acrescentou que “ensinar é a maneira de olhar os outros e o mundo”, realçando que “quem não é capaz de amar, não deve ensinar”.

Perante a insatisfação na escola de hoje, Miguel Guerra lembrou que “nem toda a mudança melhora”, mas compete ao corpo docente não baixar os braços, já que deve existir um otimismo pessoal e institucional que proporciona uma paixão para melhorar e uma capacidade para criar algo novo. Assim, conscientes de que “a linguagem nos confunde e nos liberta”, concluiu que “aprender é apaixonante”, convidando os presentes a “melhorarem as suas práticas pedagógicas. A bem dos alunos e da escola que construímos como inovadora”.

José Duarte