Papa na Lituânia: oração no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade

Em Vilnius, Francisco rezou pelas vítimas do KGB e do Holocausto. Foi a última etapa em terras lituanas.

Por Rui Saraiva

A oração no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, em Vilnius, na Lituânia, foi a última etapa da visita do Papa Francisco àquele país. Uma visita incluída na viagem apostólica do Santo Padre aos países bálticos.

Francisco visitou primeiro o Monumento pelas vítimas do Gueto de Vilnius, precisamente no Dia do Genocídio Hebraico na Lituânia que se assinala a 23 de setembro, recordando o ano de 1943 quando aquele Gueto foi encerrado.

Depois, no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, o Santo Padre proferiu uma oração. Um momento de silêncio e reflexão num local símbolo da dominação soviética, onde estava a sede do KGB na cidade e onde o Papa pode visitar as celas 9 e 11 e a sala das execuções.

Francisco foi acolhido por um bispo católico da Companhia de Jesus que sobreviveu à perseguição soviética e também por um descendente de deportados.

Na sua oração Francisco começou por citar as palavras de Jesus: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 46).

“O vosso grito, Senhor, não pára de ressoar, ecoando dentro destas paredes que recordam os sofrimentos vividos por tantos filhos deste povo. Lituanos e originários de diferentes nações sofreram na sua carne o delírio de omnipotência daqueles que tudo pretendiam controlar.”

O Papa referiu na sua oração a memória daquele lugar, pedindo ao Senhor para nos mantermos “despertos” no “presente e no futuro” para que a Lituânia seja farol de esperança. Pediu ainda para que não sejamos surdos “ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu”:

“Senhor, que a Lituânia seja farol de esperança; seja terra da memória operosa, que renova os compromissos contra toda a injustiça. Que promova esforços criativos na defesa dos direitos de todas as pessoas, especialmente das mais indefesas e vulneráveis. E que seja mestra na reconciliação e harmonização das diferenças.

Senhor, não permitais que sejamos surdos ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu.”