Secretariado da Pastoral Familiar apresentou texto programático. Foi no final do Conselho Diocesano de sábado dia 22 de setembro que teve lugar a apresentação do texto orientador da atividade do Secretariado da Pastoral Familiar na diocese do Porto. Anúncio, Consolidação, Compaixão e integração são os grandes desafios deste texto programático da ação da Pastoral Familiar na diocese.
Por Rui Saraiva
D. Manuel Linda, bispo do Porto, esteve presente neste encontro da pastoral familiar tendo agradecido o trabalho desenvolvido. Afirmou que toda a pastoral deve fazer com que a Igreja “se una mais a Cristo para que se torne mais santa” tomando consciência dessa santidade. D. Manuel exortou os membros da pastoral familiar a procurarem viver a santidade durante este ano acolhendo Deus nas suas vidas. Recordou, assim, o lema pastoral para este ano: “Todos discípulos missionários”.
Antes desta saudação do bispo diocesano aos casais da pastoral familiar e logo após a partilha do testemunho sobre a pastoral familiar na paróquia de Alfena, na Vigararia de Castelo de Paiva-Penafiel e no Movimento dos Encontros Matrimoniais, com o ritmo de um casal por cada realidade, o assistente diocesano, padre Emanuel Brandão, apresentou o documento programático deste secretariado.
Inspirado na Exortação Apostólica do Papa Francisco “A alegria do amor”, em particular no seus capítulos VI e VIII, este documento tem como primeiro grande objetivo “procurar que os matrimónios e as famílias sejam autênticas comunidades de vida e de amor e fonte de realização pessoal para todos”. Refere no seu preâmbulo a necessidade de “iniciar as crianças, os adolescentes e jovens na arte de amar e ajudar as famílias a perseverar no amor”. A Pastoral Familiar da diocese do Porto propõe três grandes desafios: anúncio; consolidação; e compaixão e integração.
1-O desafio do anúncio refere-se à “preparação remota” do sacramento do matrimónio e também àquela mais próxima e imediata e “pode ser concretizado através da constituição de grupos de jovens, de grupos de namorados e noivos, de palestras e de momentos de diálogo pessoal, e da dinamização da pastoral popular” – diz o texto.
O documento programático da Pastoral Familiar Diocesana propõe também “um envolvimento de casais na catequese de todas as faixas etárias, quer em reuniões com os pais quer em encontros testemunhais com os jovens, em especial na sua preparação para a Confirmação.” Importância relevante é dada à “preparação próxima” do sacramento através da participação em grupos específicos, como os de CPM-Centros de Preparação para o Matrimónio, que permitam viver o significado do rito do matrimónio.
2-O desafio da consolidação, segundo o texto da Pastoral Familiar, refere-se ao papel dos “pequenos grupos de casais” que constituam uma “vizinhança” em apoio aos casais. Grupos que se formem com o objetivos do acompanhamento dos casais mais novos e da sua formação.
Atenção especial para os casais em dificuldade para os quais serão instituídas na diocese do Porto equipas, constituídas por casais, médicos, psicólogos, juristas, mediadores de conflitos e sacerdotes, para promover uma pastoral da reconciliação e da mediação. Pretende-se que estas equipas estejam espalhadas por toda a diocese, havendo pelo menos uma em cada região pastoral. A sua missão será de acolher os casais em crise, ou apenas o cônjuge que o solicitar, e de procurar caminhos para a solução ou a atenuação dos problemas apresentados, através do diálogo com casais experientes e de sólida formação, sacerdotes e, sempre que necessário, com os profissionais mais habilitados para os problemas identificados. A apoiar e para facilitar o acesso a estas equipas, serão disponibilizados contactos telefónicos para uma primeira interação com pessoas habilitadas a uma análise preliminar da situação e seu encaminhamento para a ajuda que se revelar mais necessária” – pode-se ler no documento.
3-O desafio da compaixão e da integração acolhe a proposta da Exortação Apostólica “A alegria do amor” “de abordar com delicadeza e amor aqueles que participam na vida da Igreja de maneira incompleta. São diferentes as situações e os motivos interiores daqueles que não vivem plenamente segundo o ideal cristão para o matrimónio” – diz o texto da Pastoral Familiar.
As pessoas que vivem estas situações devem ser acolhidas e acompanhadas com “paciência e delicadeza, assumindo a lei da gradualidade na pastoral” – é referido no final do documento programático.
“Relativamente à situação dos recasados, a lógica do acompanhamento pastoral é da integração, como o têm referido os últimos Papas” – afirma o documento, propondo a pedagogia dos “pequenos grupos” de partilha que possibilitem “um percurso de discernimento”, assunto sobre o qual – adianta o documento da Pastoral Familiar – será desenvolvido, oportunamente, com o bispo diocesano “um sólido processo de reflexão sobre as orientações, as metodologias e os passos” do “processo de discernimento”.