Conferências Vicentinas

Por Lino Maia

   Com a aproximação  da festa do seu patrono, o  Conselho Central do Porto da Sociedade de S. Vicente de Paulo, presidido por Manuel Carvas Guedes,  divulgou o relatório e contas de 2017 das Conferências Vicentinas.  Aí se refere o que são, quantas são e muito do que os vicentinos fizeram em ajuda, presença e serviço a quem mais precisa.   

Na Diocese do Porto há 25 conselhos de zona (as vigararias de Castelo de Paiva-Penafiel, Maia e Trofa-Vila do Conde  têm 2 conselhos cada uma delas), com um total de 304 conferências e 3.119 vicentinos (960 homens e 2.159 senhoras), 5,78% dos quais têm menos de 30 anos e 33,53% mais de 70 anos.

Santa Maria da Feira é a zona com mais conferências (25) e Gaia/Sul, por sua vez, é a zona com mais vicentinos (246). Para além da prestação de  apoios do Fundo Social Solidário (58), de ajudas a reclusos (172) e toxicodependentes (54) e estímulos à profissionalização (46), ao longo do ano de 2017 houve mais 47.043 apoios para alimentação, 6.798 ajudas na saúde (medicação, consultas e indiferenciados), 2.865 apoios na habitação (amortizações, rendas, água, eletricidade, gás e indiferenciados) e 285 ajudas na educação (para frequência de infantários e de ensino obrigatório e universitário). No total foram apoiadas 23.157 pessoas de 8.849 agregados familiares (só na zona de Matosinhos, a mais apoiada com 299.802,22 euros, foram beneficiadas 2.378 pessoas de 869 agregados).

Em toda a atividade das Conferências vicentinas foram aplicados 1.351.546,61 euros,  tendo sido recolhidos 1.343.684,87 euros através de campanhas, coletas nas reuniões, contribuições de subscritores (no total foram 3.451 os subscritores, sendo Gaia/Norte a zona com mais – 1.125) e receitas “simbólicas” do Farrapeiro e da Loja Social.

Para além das Conferências, a  estrutura vicentina diocesana também integra a Casa Ozanan (com Centro de Atividades Ocupacionais, Centro Comunitário, Lar/Residência, Serviço de Porta Aberta e Unidade Sócio ocupacional), a Loja Social, a Obra São Maximiliano Kolbe (de auxílio aos Reclusos militares), as obras vicentinas de auxílio aos Ciganos (O.V.A.C.) e aos Reclusos (O.V.A.R.), o Centro Social S. Martinho de Soalhães (Marco de Canaveses), o Centro Socioeducativo e Profissional de Parteira (Paredes), o Farrapeiro de S. Vicente de Paulo e o Lar de Santo António (na Maia). Na Casa Ozanan, que tem acordo de cooperação com a Segurança Social, houve uma despesa de 939.078,67 euros e uma receita de 1.152.09,60 euros.

Embora muito expressivos, os números não demonstram o essencial da vida vicentina, que não estará nem nos números nem naquilo que os olhos veem. Tudo é fruto de uma dinâmica, que começa exatamente naquilo que não se vê, mas que é razão e pressuposto de tudo: espiritualidade, consubstanciada na fé e na vida pessoal de cada vicentino e da Conferência no seu conjunto; reunião da Conferência onde tudo gravita (ao longo do ano realizaram-se 5.195 reuniões de vicentinos); diálogo fraterno em que  tudo se aprofunda e se concretiza, com vista ao enriquecimento pessoal de cada vicentino; visita domiciliária, pelo contacto direto e pessoal perscrutando em cada caso a situação humana e real e, depois desta, a situação material; e ajuda concreta e eficaz, no sentido da efetiva dignificação e promoção de cada um e de todos.

Sabendo que nem só de Culto e de Evangelização vive a Igreja, mas celebrando ativamente a Fé e empenhando-se também na expansão da Boa Nova, as Conferências Vicentinas da Diocese do Porto são uma boa expressão da comunhão, da eclesialidade, da envolvência e da mobilização. Para uma Caridade que também ela é Anúncio e Culto…

Vindo do Brasil, isso mesmo virá experimentar o presidente mundial da Sociedade de S. Vicente de Paulo, Renato Lima de Oliveira, na sua visita ao Conselho Central do Porto nos dias 12 e 13 de Outubro…