
João Paulo II aprendeu a apreciar e valorizar o papel dos acólitos ministrantes desde os seus tempos de arcebispo de Cracóvia: «Tive experiências inesquecíveis em que os jovens contribuíam em parte considerável para a beleza e vitalidade da missa» (Audiência de 9 de abril de 1980). No penúltimo ano do seu pontificado, na habitual carta dirigida aos presbíteros em Quinta-Feira Santa, Papa Wojtyla fez de novo apelo a essa experiência: «Nos anos de ministério episcopal em Cracóvia, pude constatar como era vantajoso dedicar-se à sua formação humana, espiritual e litúrgica. Quando as crianças e os adolescentes realizam o serviço do altar com alegria e entusiasmo, oferecem aos da sua idade um testemunho eloquente da importância e da beleza da Eucaristia. Graças à acentuada sensibilidade imaginativa, que caracteriza a sua idade, e com as explicações e o exemplo dos sacerdotes e dos colegas mais velhos, também os mais pequenos podem crescer na fé e apaixonar-se pelas realidades espirituais» (28/03/2004).
Nos primeiros anos do seu pontificado, João Paulo II recebeu a peregrinação internacional dos acólitos ministrantes em 9 de abril de 1980, 4ª-feira da oitava da Páscoa. Apelando ao contexto pascal, o Papa recorda-lhes que eles vivem continuamente na proximidade de Jesus Ressuscitado. De facto, o seu serviço litúrgico permite-lhes uma experiência mais íntima e sempre renovada da presença ativa de Cristo nos sacramentos da Igreja.
Os acólitos ministrantes, ao lado do sacerdote, dão um precioso contributo para que a celebração litúrgica «embora na sua simplicidade, seja sempre bela e digna, e conduza os participantes a entrarem na ação santa de Jesus, que nos fez entender a sua palavra, se oferece em sacrifício e nos une ao seu Corpo». Eles «exercem quase a função de acólitos [instituídos], embora não tenham recebido este ministério. […] Esta responsabilidade tornou-se, de facto, própria de toda a comunidade e, portanto, dos leigos, homens e mulheres: se ela é bem exercida, é toda a celebração que se torna mais significativa e mais fervorosa». «Tudo isto – sublinha o Papa – se deve preparar». Os acólitos ministrantes precisam de compreender a liturgia e de se unir cada vez mais a Cristo e à Igreja. A esta preparação devem os padres e educadores dedicar todo o cuidado e tempo necessários.
O Papa formula o grande anseio da Igreja conciliar e do movimento litúrgico contemporâneo: «Ah, como gostaria de ver em todos os lugares a liturgia restaurada na sua dignidade, e realizada verdadeiramente como a acção sagrada por excelência, já que ela nos põe em comunicação com o Cristo três vezes santo! Como desejaria que os fiéis participassem ativamente nela, com a fé, o respeito, a devoção, o recolhimento, e também com o entusiasmo que convêm. Ora, vós tendes a possibilidade de poder contribuir para isto em grande medida».
21 anos mais tarde, recebendo em 1 de Agosto de 2001 a peregrinação do CIM (= Coetus Internationalis Ministrantium), São João Paulo II enaltece de novo o «serviço santo» dos acólitos ministrantes. E faz oportunas considerações:
– A túnica branca «recorda um hábito que cada qual veste quando é acolhido em Jesus Cristo na comunidade». O «revestir-se de Cristo» do batismo (cf. Gl 3, 27) é o ponto de partida do “autêntico serviço litúrgico”, que coloca os acólitos ministrantes ao lado dos Bispos, sacerdotes e diáconos…
– Mais do que simples “ajudantes do pároco”, os acólitos ministrantes são «servidores de Jesus Cristo, do eterno Sumo Sacerdote», chamados a ser «jovens amigos de Jesus»
– A vela que o ministrante muitas vezes tem na mão, recorda a vocação de ser a luz do mundo (Mt 5, 14). Mas este serviço «não se pode limitar ao interior de uma igreja. Ele deve irradiar-se na vida de todos os dias: na escola, na família e nos vários âmbitos da sociedade. Pois quem deseja servir Jesus Cristo dentro de uma igreja deve ser sua testemunha em toda a parte». Em suma: um autêntico serviço litúrgico projeta necessariamente para a missão.