
Por Joaquim Armindo
A publicação internacional dos diáconos, “Informativo Servir la Periferia”, do corrente mês de setembro, no seu Editorial, refere que desde 2010 e 2016, o aumento de diáconos permanentes situou-se em 17,5%, enquanto nos presbíteros foi de 0,66%. Sem bispos incluidos o clero mundial era de 412 236 presbíteros e 39 564 diáconos, em 2010, contra 414 969 presbíteros e 46 312 diáconos, em 2016. Relativamente ao total os diáconos permanentes passaram de 8,75% para 10,03%, do total do clero. Os países que mais crescem em número de diáconos situam-se na América do Sul e Central e nos Estados Unidos da América, este o de maior número, com uma percentagem igual a 41%. Quanto ao futuro a médio prazo regista-se um acentuado crescimento dos diáconos permanentes, em comparação com os presbíteros, no número de candidatos ao ministerio, sendo de salientar a sua existencia em países da África e da Ásia e de diáconos permanentes religiosos.
De acordo com a mesma publicação, este incremento diaconal dá-se numa altura em que a Igreja aparece como “um escândalo, ferida e desconcertada”, é um “fenómeno” extraordinário e gratificante, que até hoje homens – esperando o momento até existirem diaconas -, com a doação suficiente a estar nela. São “sinais dos tempos”, refletidos na tripla atitude do “silêncio, reflexão e oração”, como o papa Francisco referiu já. Restará saber se este aumento no número do diáconos permanentes se deverá ou não à “falta” de presbíteros, o que até teria a sua lógica, embora o diaconado não seja um “minstério de suplência”.
Entre nós, diocese do Porto, os diáconos permanentes são, em registo oficial, 99, tendo de considerar que este número pode aumentar a percentagem relativamente ao presbiterado. Na sua maioria exercem o seu ministerio dignamente e poderão ser uma força ativa na dinamização da Igreja. Há, no entanto, de acautelar a sua formação de base, a qual deverá ser requerida a nível superior e, sobretudo, o seu descernimento na fé e no amor e misericordia, principalmente para os pobres, humilhados e ofendidos.
No fundo exige-se que compreendam e apliquem a carta do papa Francisco ao “Povo de Deus”.