Decorreu em Fátima de 3 a 6 de setembro o Simpósio do Clero. Este evento é organizado pela Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, presidida pelo bispo auxiliar do Porto, D. António Augusto Azevedo, e completou 25 anos nesta edição de 2018. O tema foi: “O padre, ministro e testemunha da alegria do Evangelho”. Neste acontecimento estiveram 430 sacerdotes vindos de todo o país, sendo de sublinhar que as dioceses de Porto e Braga foram as mais representadas.
Dos temas que foram abordados, destaque para a formação dos sacerdotes, em particular, nos aspetos relacionados com a “fidelidade e fecundidade do ministério”, bem como da “vida espiritual”. Muito importantes foram também os testemunhos de vida sacerdotal apresentados em temas da vida eclesial como a pobreza e a obediência e áreas sociais e comunitárias como as prisões, os hospitais, as universidades, as Forças Armadas, a cidade e o campo.
Entretanto, sublinhe-se a comunicação de D. Juan Maria Uriarte, bispo emérito de San Sebastian, Espanha, que falou sobre o celibato sacerdotal, tendo afirmado que “um celibatário, com suficiente maturidade, tem tentações para se ligar a um adulto ou a uma adulta, mas não a uma criança” – declarou.
Por sua vez, na primeira sessão deste Simpósio do Clero foi orador o Cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero que falou sobre o “ministério sacerdotal no magistério do Papa Francisco”. O prelado, não fugindo ao assunto dos abusos sexuais que está a abalar a Igreja nos últimos tempos, defendeu uma ação “ampla e constante” para prevenir a “chaga” dos abusos sexuais e assegurar a proteção dos menores”.
“Certamente, as recentes situações emersas nas manchetes jornalísticas trazem à tona situações dolorosas, que dizem respeito aos sacerdotes e recaem duramente sobre a vida da Igreja” – assinalou o Cardeal Stella, numa declaração escrita que foi distribuída aos jornalistas.
A este propósito recordemos que os bispos de Portugal tornaram pública uma carta que foi enviada ao Papa Francisco na qual agradecem a “corajosa Carta ao Povo de Deus” publicada pelo Santo Padre em agosto “sobre o drama do abuso de menores por parte de membros responsáveis da Igreja”.
Nesta mensagem o episcopado português afirma que “perante tentativas de pôr em causa a credibilidade” do ministério do Papa, declaram a sua “fraterna proximidade” e “apoio” ao Santo Padre.
RS