Em Roma

Por Joaquim Armindo

Convidado pelo grupo de acólitos da Nossa Senhora do Porto, estive em Roma, no encontro mundial de acólitos. Para além da celebração eucarística na Igreja de Santo António dos Portugueses, totalmente a abarrotar, a experiencia de estar com milhares de acólitos de todas as partes do mundo é particularmente gratificante. Mas ainda o melhor de tudo foi estar presente na audiência que o papa Francisco concedeu. Estar com Francisco tão perto, a um escasso metro e sentir a bondade do seu sorriso, o esplendor daquele caminhar, os seus braços ao longo do corpo, como a dizer não sou nada, mas Jesus é tudo, concede uma emoção fortíssima daquilo que podemos esperar do papa Francisco. Abandonado do todo o aparato – que recusa -, não esperem dele o poder, mas unicamente o servir. Cumprimenta as pessoas ao seu serviço, não esquece ninguém e caminha como Jesus fez caminhar Pedro pelas águas tumultuosas do mar.

Este Francisco personifica duas situações da igreja. Uma, de um sofredor pelo mal que o clericalismo prestou a ainda presta. Outra, a alegria de ser um proclamador do evangelho, mesmo que para tal se tenha de colocar em cima de telhados. Não descarta nenhum deles, assume-os aos dois. Quem pensa que desilude a igreja, engana-se.

Não é um ditador, por isso não impede a crítica. Como observamos na sua carta ao Povo de Deus, ou nas desastrosas “ameaças” de muitos que querem ser poder. Tudo observa e lê os sinais dos tempos. Mesmo naqueles que teimosamente o quereriam ver nas “masmorras” mais horizontais dos tempos.

Mesmo agora, 1 de setembro, dia da jornada em defesa da Casa Comum, defende a sua sustentabilidade e a defesa da ecologia, que não existe sem uma antropologia adequada. Nesta mensagem enviada às irmãs e aos irmãos, coloca especificamente a questão da água. Refere: “Pensando em seu papel fundamental na criação e no desenvolvimento humano, sinto a necessidade de dar graças a Deus pela “irmã água”, simples e útil como nada mais para a vida no planeta. Precisamente por esse motivo, cuidar de fontes e reservatórios é um imperativo urgente. Hoje, mais do que nunca, precisamos de um olhar que vá além do imediato (ver Laudato si ‘ , 36) ”, chamando todos à luta ativa por este bem e contrariando alguns que não se revêm nas suas palavras e ações.