
Um convívio fraterno marcou a comemoração deste momento significativo. Foi no dia 29 de julho que os sacerdotes e bispos residentes na Casa Sacerdotal do Porto, juntamente com familiares, amigos, colaboradores e a direção da Casa, celebraram os 13 anos daquela instituição.
No atual momento de renovação do espaço e das suas atividades, como provam a recente requalificação da Casa Sacerdotal e ainda o passeio no rio Douro do passado mês de junho, o dia 29 de julho foi mais um momento de convívio e valorização dos residentes daquela instituição e da missão dos seus colaboradores.
Mais uma vez, tal como aconteceu por ocasião do passeio no rio Douro, Cristiano Ribeiro, Diretor Executivo da Casa Sacerdotal do Porto, enviou-nos um texto, em jeito de prosa intimista, que aqui publicamos:
Amigo diário,
Hoje não foi mais um dia a bordo deste barco. Hoje o vento não trouxe intempérie mas foi forte o suficiente para empinar as velas, rumo ao caminho que nos conduz à alegria e ao entusiasmo da vida.
Ai meu amigo, se tu visses o que eu vi… Se sentisses o que eu senti… Eras sem dúvida, como eu, um homem mais completo, mais feliz e mais grato. Não que sejas ingrato, nem eu… Mas por vezes, como sabes um dia a bordo desta epopeia tem muitos cabos para dobrar e muitos adamastores para enfrentar.
Mas hoje… Hoje, dia 29 de Julho, esta Casa Sacerdotal da Diocese do Porto esteve em festa, pela comemoração do seu 13º aniversário.
Ignorando o mau presságio do número 13, convidamos os nossos familiares e amigos para celebrar connosco esta data. E foi assim no nosso lar, na nossa Casa, neste barco, que recebemos aqueles que nos são mais caros.
O sol estava alto e já se ouviam sinfonias relaxantes, tocadas pelas colunas de som instaladas no jardim do condomínio.
Por entre os jacarandás de ramagem farta, por de dentro das varandas dos quartos podia ver-se a azáfama dos preparativos para a receção com que presenteamos aqueles que nos visitaram.
Foi um dia de partilhas tantas, que tal como sempre trouxeram fartura à mesa dos “abades” e demais comensais que estiveram presentes.
“Os olhos são o espelho da alma”! Celebre esta expressão. E há até quem a possa achar lírica demais para uma realidade por vezes amarga. Mas a candura do brilho que saia dos olhos destes sacerdotes que se regozijavam, emanada a felicidade que sentiam nos carinhos, nas conversas, na atenção… e até na revivência da importância do ser que são mas que por vezes parecem sentir que apenas foram; são o claro reflexo da realidade boa de poder, ver, comer, beber, sentir para poder sonhar.
Gostava que visses o brilho no rosto deste e daquele por brincarem com uma criança, a saírem do seu hemisfério mais longínquo por onde o Alzheimer os detém, para regressarem aqui. Exatamente aqui, ao presente, a esta casa, a esta família.
E é disto que são feitas as famílias… Do por em comum, do cuidado aos nossos, do festejo das datas, das diversidades etárias, das alegrias que aumentam de tamanho por serem partilhadas por quem se sente na nossa pele.
Oh! Caro amigo… Pouco comi de tanta azáfama, mas no fim, eu estava cheio, satisfeito, saciado tal era a protuberância do meu ego.
A vaidade com que apresentavam as pessoas: “este é o meu… a minha… um amigo de…” não pode ser pecaminosa. Esta vaidade é pura, é um elixir para a vida destes homens e mulheres que hoje deram folga à doença, à enfermidade para se ocuparem de Deus espelhado neles próprios.
Sobre a tarefa que nos pede o nosso Bispo, D. Manuel Linda, para pormos sempre “mais coração nas mãos” mais amor em tudo o que fazemos, hoje, sem modéstias fiquei com o sabor do dever cumprido, mas sem a audácia de desejar a sombra da bananeira.
Caro amigo, em ti registo mais um dia “a gratidão deste santuário” (D. António Francisco), para com aqueles – e sentida por estes mesmos – Homens que sempre tiveram tanto “coração nas mãos”.