Por Joaquim Armindo
O senhor Bispo do Porto, D. Manuel Linda, apresentou à diocese o Plano Pastoral para 2018/19. Na linha do que estava definido, entramos no ano em que o lema é “Todos missionários”. No corpo do plano, que constitui a sua espinha dorsal, são todas e todos convidados a “sair”, este “sair” é-o do autoconvencimento de que só podemos “fazer pouco”, do “sair das rotinas”. Ir muito para além das práticas da rotina religiosa, dos templos, e nos instalarmos na humanidade. O deixar conduzir pelo Espírito é “sair” para onde Deus nos quererá levar e D. Manuel recorda a bela história de Jonas, afinal a “missão” fica sempre à nossa mão, do lado de fora das paróquias – e até dentro, também! – não só no estrangeiro, mas sair é a preocupação com o outro, o próximo, aquele que necessita e precisa. Às vezes é necessário que um peixe – como em Jonas – nos engula, e mostre o caminho para a “praia” que poderá não ser “a nossa praia”. Este “peixe” é aquele que nos leva a Jesus, tão crucificado que está a ser nos nossos tempos.
Só “em saída” é que a Igreja evangeliza, ao mesmo tempo que se evangeliza. Por isso é que Jonas só se evangelizou, quando evangelizou. Ser missionário está na génese do cristão, não é uma função de alguns, mas de todos, sempre e continuamente. Não ter medo: os ateus, agnósticos ou indiferentes, são fontes preciosas de diálogo e de reavivamento da Fé, da Esperança e Amor; não com o intuito de os convencer que nós somos os da “verdade”, mas ao aprendermos com eles, sermos portadores do Caminho, da Verdade e da Vida. Todos nós podemos caminhar juntos para o bem-comum. Somos missionários – toda a humanidade é terra de missão-, porque levamos por gestos, atitudes e ações a nossa convicção de que Jesus transforma o ser humano e nos transformou.
O Bispo do Porto traz à colação algumas ações missionárias. Como por exemplo: valorizar e disponibilizarmo-nos para acolher, ouvir, atender, sem horários pré-fixados, como, também, o Papa Francisco afirma. Uma outro exemplo, é que os templos permaneçam sempre de “portas-abertas”; sabemos lá quando uma única pessoa, cristã ou não, deu um outro caminho à sua vida, porque encontrou uma igreja, se sentou nos seus bancos, e não colocou “termo” à sua vida, sabemos lá, digo eu, mas o Pai sabe. E muito mais exemplos se encontram neste plano “que nos confirmam como missionários, em qualquer local onde estejamos”.
Vamos lá a isto!