
Por Joaquim Armindo
Passam-se no futebol certas situações que nos deixam a pensar. Não é que não goste do espetáculo, nem mesmo que o meu País ganhe o Mundial. Aliás quando a “equipa das quinas” joga todos nós vibramos, mesmo aqueles que ficam tão “nervosos” que nem os vêm, como eu, por exemplo. Existe um sentimento que nos liga à nossa bandeira e ao nosso hino, o que, diga-se, é desejável. Os largos milhares que se unem uns aos outros pelo país fora, são disso caraterística, e não é só uma questão social, mas muito mais cultural. Estas mobilizações possuem o condão de unir até os inimigos. Por Portugal nós e os emigrantes, então nem se fala, vibramos com os feitos dos “nossos” e desfraldamos a bandeira onde quer que estejamos. É um fator de coesão, naqueles minutos se esquece tudo, menos o ânimo de que os nossos jogadores, joguem e ganhem. Tudo para à nossa volta, e os mais religiosos até rezam para que o seu país meta golos na baliza do outro país. Penso que nos faz bem esse grande espirito que alimenta também as vidas.
Há sempre um outro lado, o das somas avultadas com que tratamos o futebol. Tal como nos bancos, se um banco está perto da falência, sempre se arranjam os mil milhões de euros, que não existem para mais nada, a não ser como salvadores dos bancos. No futebol fala-se em “transferências”, “empréstimos” e “ordenados” que são de espantar. Ganhar, livre de impostos, 50 milhões por ano, mais os prémios, faz arrepiar. Bem sei que é uma “profissão de desgaste rápido”, tal e qual os pescadores ou mineiros, mas estes não ganham isso.
É necessário esforço, tal qual em qualquer profissão, onde os princípios, o esforço, a dedicação, imperam. Todos nos damos ao trabalho, mas não conseguimos ganhar na vida inteira o que alguns ganham num mês. Não é isto contra ninguém e mesmo o CR7, quantas vezes em silêncio, distribui por outros, aquilo a que não era obrigado.
Noutro sentido: um jogo de futebol é uma colaboração de 11 “contra” onze e mais uns tantos a fiscalizar. Ora bem, se não existisse a outra equipa, não existia jogo. Por isso, é uma “colaboração”, onde “ganha” quem meter mais golos na outra baliza. Uma colaboração que temos de entender e não jogar “balas” contra um suposto “inimigo”.
Para pensar e viva a nossa seleção!