
No 17º Dia Diocesano da Família numa celebração com mais de 1200 casais, D. Manuel Linda assinalou a vivência dos valores da ternura, da simpatia e da amabilidade na família. Declarou também que as famílias devem reivindicar o reconhecimento público da sua importância como estrutura básica da sociedade.
Por Rui Saraiva
Foi uma tarde de celebração do amor na família. Mais de 1200 casais que celebram 10, 25, 50 e 60 anos de matrimónio, neste ano de 2018, participaram numa Eucaristia no Pavilhão Multiusos de Gondomar. No domingo em que se celebrou a Solenidade da Santíssima Trindade, 27 de maio, as famílias da diocese reuniram-se numa iniciativa organizada pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar. D. Manuel Linda, bispo do Porto, presidiu à Eucaristia concelebrada pelos bispos auxiliares D. António Taipa, D. Pio Alves e D. António Augusto Azevedo. Presentes muitos sacerdotes, na sua maioria acompanhando os casais presentes na celebração. A celebração foi animada pelo coro das paróquias da vigararia de Gondomar, com a direção de Francisco Lopes. A organização da liturgia contou com a ajuda do padre Fernando Rosas, pároco de S Pedro de Cova.
O bispo do Porto, começou a sua homilia esclarecendo alguns dos conteúdos propostos pela liturgia do dia sobre a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. D. Manuel Linda lembrou duas linhas de vivência: para cima na direção do Pai porque “Jesus disse-nos que temos um Pai” ao declarar “o meu Pai é também vosso Pai”. E uma segunda linha dirigida para o lado, para junto daqueles que connosco vivem, para vivermos em família porque “Jesus nos mandou o seu Espírito. E o que é este espírito divino? – perguntou D. Manuel dando de imediato a resposta: “Este Espírito de Deus, que nós, habitualmente, chamamos de Espírito Santo, é o dom da compreensão, da amabilidade, da simpatia, da ternura. Estas grandes características de Deus que nós podemos viver” – declarou.
“Deus Pai e o Espirito Santo connosco como motores de uma nova relação na história da humanidade” – afirmou D. Manuel Linda que apresentou três pedidos aos casais: o primeiro veio da recordação de um pequeno episódio acontecido com o Papa Francisco que descobriu que alguém que estava a confessar não brincava com os seus filhos. O bispo do Porto a este propósito lançou o primeiro pedido: “Brinquem com os vossos filhos! Brinquem com os vossos netos!”
D. Manuel Linda deixou claro que na vida matrimonial os filhos são centrais em relação a outros interesses, igualmente importantes como a vida profissional, mas não essenciais como os filhos. E “brincar com os mais novos significa que a família é uma comunidade de pessoas. E isso gera a ternura” – assinalou o bispo do Porto afirmando que é essencial na família a brincadeira, a simpatia e a amabilidade pois isso gera um “coração que só sente bem ali com as pessoas que ama”. “Sem ternura somos frios” – disse D. Manuel alertando para os perigos de uma sociedade individualística.
De seguida o bispo do Porto apontou um outro pedido: fazer o encontro da dispersão. D. Manuel Linda recordou que muitas famílias têm os seus filhos e netos espalhados por “várias partes do mundo” sendo “vulgar encontrar isso” – disse o bispo do Porto aconselhando ser muito importante valorizar os momentos que aproximam como o Natal e a Páscoa.
Em terceiro lugar D. Manuel Linda pediu aos casais para darem testemunho da sua alegria de serem família e de “arriscar no amor” assumindo que “vale a pena um compromisso para sempre”. Vocês “não seriam os mesmos se não fossem casados” – disse o bispo do Porto salientando que as famílias devem reivindicar o reconhecimento público da sua importância como estrutura básica da sociedade:
“Façam barulho. Constituam-se em organizações que exijam da cultura, da comunicação social, da política, da sociedade como ela é, que respeitem a vossa estrutura familiar, que vocês não podem ser penalizados – como às vezes pode parecer – por serem fiéis no vosso amor. Protestem, gritem” – declarou D. Manuel Linda no final da sua homilia assinalando que “a construção da sociedade passa pelas famílias”.A celebração foi animada pelas paróquias da vigararia de Gondomar, com a direção de Francisco Lopes. A organização da liturgia contou com a ajuda do padre Fernando Rosas, pároco de S Pedro de Cova.
No final da celebração o padre Emanuel Brandão, assistente diocesano da Pastoral Familiar fez os devidos agradecimentos a entidades, instituições e empresas que colaboraram neste grande evento diocesano. Sintetizamos aqui: ao concelho de Gondomar; à União Freguesias de Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim, à Câmara Municipal de Gondomar, nomeadamente a Polícia Municipal, à administração do Pavilhão Multiusos Coração d’Ouro, em particular, à Dra. Paula Soares, ao clero da vigararia de Gondomar, aos escuteiros, ao grupo de jovens de Pedroso (Gaia), à Unicer pela oferta de 4800 garradas de água, à Irmandade dos Clérigos, ao designer Francisco Barros e à Tipografia Lessa.
O padre Emanuel Brandão anunciou ainda que em 2019, em princípio, será a região pastoral Sui a acolher o Dia Diocesano da Família, que terá lugar no dia 16 de junho, domingo da Santíssima Trindade.