D. Manuel Linda no Centenário da Paróquia da Senhora da Hora

O Bispo do Porto visitou a Paróquia da Senhora da Hora, no dia do centenário da sua fundação, a 25 de abril de 1918, pelo seu antecessor, Dom António Barroso. Foi recebido pelo pároco e alguns servidores da comunidade, na Igreja Antiga, que serviu de matriz à vida paroquial, até à construção da nova Igreja, inaugurada em 11 de fevereiro de 1963. Conheceu de perto a Fonte e o Parque das Sete Bicas. Num breve passeio a pé, pela nova Praça das Sete Bicas, onde estão a decorrer as Festas de Nossa Senhora da Hora, dirigiu-se à Igreja Paroquial, entrando pelas instalações do Centro Paroquial, onde está patente ao público uma Exposição dos 100 anos da Paróquia e dos vários contextos em que se integra. À chegada saudou ainda o Grupo de Teatro MacPriemo, ao serviço da comunhão e da nova evangelização de Felgueiras, que acabava de apresentar na cripta da Igreja o musical “Maria, Estrela Maior”. Na celebração solene da Eucaristia, a que presidiu, Dom Manuel congratulou-se com uma presença tão significativa do Povo de Deus, de tantos sacerdotes (entre os quais o antigo Pároco, Pe. Fernando Rosas e Frei Ventura, padre natural da Senhora da Hora, e ainda alguns que por ali passaram algum tempo da sua formação) e de muitos representantes das autoridades e instituições locais, que trabalham, em conjunto, ao serviço da pessoa humana.

Na apresentação inicial, feita por dois leitores, os participantes ficaram a conhecer brevemente a história da paróquia e a vida e dinamismo dos 26 grupos da comunidade, que, no seu todo, ultrapassam os 350 servidores. Na sua homilia, e num estilo bem direto e coloquial, com alguns tópicos de guia à reflexão, Dom Manuel Linda fez uma resenha histórica da Paróquia, como instituição e comunidade, e reafirmou que a mesma não deve perder a sua “própria fisionomia”, “não deve tornar-se uma central de serviços religiosos”, mas um “centro de gravidade da vida missionária da Igreja”. Pese embora a necessidade, oportunidade e riqueza dos movimentos eclesiais, e apesar da crescente mobilidade das nossas gentes, que escolhem o lugar da sua “prática religiosa”, a paróquia mantém-se como referência fundamental da presença da Igreja e da sua missão de irradiação da alegria do Evangelho no mundo à sua volta. “A Paróquia tem futuro”, reiterou Dom Manuel Linda, desafiando as mesmas a irem mais longe do que a simples resposta às necessidades “religiosas” e aos “pedidos” por ocasião dos sacramentos, quantas vezes permeados de algum paganismo, para cuidar também da formação e do espírito de missão. Na parte final da celebração teve ainda lugar a bênção de uma imagem, em bronze, de Nossa Senhora da Hora, da autoria do escultor Bruno Marques, que logo depois foi oferecida ao Bispo, que por isso mesmo gracejou “olha se não tivesse sido bem benzida”.

Nas palavras prévias à despedida, o pároco recordou outras marcas artísticas do centenário (a litografia com uma pintura de Nossa Senhora da Hora, da autoria de Avelino Leite), a sua impressão em azulejo, a produção de miniaturas da nova escultura etc. E agradeceu à Câmara Municipal de Matosinhos, ali representada pela sua Presidente, Dra. Luísa Salgueiro, e alguns vereadores, a medalha dourada com que o Município distinguira, nessa manhã, a Paróquia, no âmbito das comemorações do dia 25 de abril.

Já no adro da Igreja, teve lugar a bênção de uma oliveira, oferecida pela Ultreia de Matosinhos, com uma placa evocativa do centenário e do fundador da Paróquia, Dom António Barroso. A celebração decorreu num ambiente muito festivo, com uma participação muito significativa de fiéis e um coral de cerca de 80 pessoas dos vários grupos da paróquia, com magnífico acompanhamento instrumental, que mereceram justamente os parabéns dados pelo Bispo, na conclusão da celebração. O dia terminaria com um jantar, que finalizou com um documentário alusivo ao lema “um centenário, um fontenário para a vida” e que está acessível on line no site da paróquia e na sua página no Facebook.

(AG)