D. Rino Fisichella em entrevista ao portal Vatican News.
O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização concedeu uma entrevista ao Vatican News na qual caracteriza o trabalho desenvolvido pelo seu Dicastério. Em particular, refere-se à missão que o Santo Padre lhe atribuiu há um ano, confiando-lhe a competência dos Santuários. Publicamos aqui partes dessa entrevista conduzida pelo jornalista Alessandro Gisotti
VN: D. Fisichella, pode-nos dar uma ideia de como é a “rotina diária” no Conselho Pontifício para a Nova Evangelização?
RF: Diria que é extremamente dinâmica, porque pela manhã bem cedo começamos a ver todos os assuntos em pauta, a correspondência… E depois, principalmente, a receber: recebemos muitos grupos de dioceses, bispos em visita ad Limina. Também recebemos grupos de seminaristas, de jovens. Todas as realidades, desde movimentos, a associações que, de facto, fazem uma obra de evangelização. Atualmente, também os grupos ligados à vida dos Santuários. Enfim, diria que é uma vida bem dinâmica mas a evangelização é dinâmica! Por isso, temos que nos adaptar à missão de evangelização da Igreja.
VN: Que significado assume a nova evangelização no pontificado do Papa Francisco, em particular através do serviço do seu dicastério?
RF: O programa do Papa Francisco está no seu primeiro documento, Evangelium gaudium, que, não devemos esquecer, foi feito logo depois do Sínodo sobre a Nova Evangelização e a transmissão da fé. Portanto, creio que posso dizer com convicção que o pontificado do Papa Francisco caracteriza-se por este anseio à evangelização. Há muitas expressões do Papa que comprovam isso: uma Igreja “em saída”, uma Igreja que é “um hospital de campo”… Todas são expressões que levam ao coração da sua mensagem fundamental: a Igreja vive para a evangelização! A Igreja foi desejada por Jesus e a missão que Jesus confiou à Igreja é a de evangelizar.
VN: Na primavera de 2017 o Papa Francisco atribuiu à Nova Evangelização a competência sobre os Santuários. O que nos pode dizer sobre esta novidade?
RF: Estamos a organizar-nos e já encontramos associações responsáveis por vários Santuários. Por exemplo, já recebemos todas as delegações dos Santuários da Itália e da França, em agosto irei ao Canadá e em setembro à América Latina. Há um grande movimento porque a intuição do Papa Francisco é positiva neste ponto de vista: fazer dos santuários lugares especiais de evangelização! Temos Santuários nos Estados Unidos, na África, na Índia… São situações que permitem exprimir – mesmo na peculiaridade que cada Santuário exprime em ligação com a própria Igreja local – a capacidade de fazer destes lugares um espaço especial, peculiar à evangelização. E isso realiza-se através do acolhimento, da celebração dos sacramentos, do anúncio da Palavra de Deus e do testemunho da caridade.
VN: O seu dicastério atuou em primeira linha durante o Jubileu da Misericórdia. Como continua o trabalho depois das sementes plantadas no ano jubilar?
RF: O que o Papa Francisco nos confiou é continuar a espiritualidade da misericórdia. Posso dizer que nesta perspetiva foi-nos confiada durante o Jubileu a competência dos chamados “Congressos da Divina Misericórdia”. O mais importante é que já temos iniciativas a propósito. Justamente daqui a alguns dias, no domingo depois da Páscoa, 8 de abril, o Papa celebrará na de Praça S. Pedro a Divina Misericórdia. Esperamos todos os grupos, todos os fiéis que vivem a espiritualidade da Misericórdia. Depois, na segunda, terça e quarta-feira, virão a Roma cerca de 600 missionários da Misericórdia Estarão aqui com o Papa por três dias. Um momento de encontro, um momento com o qual a reflexão e a oração, ajudarão a realizar de maneira ainda mais rica o seu ministério.