Ser pai à imagem do Pai

A FÉ DOS SIMPLES

Por António Jesus Cunha

O dia 19 de março é dedicado ao pai. O verdadeiro pai dá a sua vida, dá-se em cada dia da sua vida. A sua missão não é apenas gerar, mas, como deixou dito o Papa Pio XI, “gerar e educar”. O dar-se em cada dia da sua vida é estar constantemente presente na vida do filho, mesmo quando ele já é adulto. O Papa Francisco afirma que “um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração”. Estar constantemente presente na vida do filho não é “controlar”: “Os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer”. É precisamente ajudar a crescer, como diz Francisco: “Seja próximo aos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho. Em todas estas ocasiões o pai deve estar sempre presente”.

Esta presença do pai começa com uma relação correta e próxima da esposa “para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças”. Ser pai exige uma aprendizagem contínua para que “o dar-se em cada dia da sua vida” seja entendido pelo filho – e seja escola para o filho que um dia será pai. Esta perspetiva exige que o pai “saiba bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza”, mas também “quanto consolo e recompensa se recebe quando os filhos honram esta herança! É uma alegria que redime todo cansaço, que supera toda incompreensão e cura toda ferida”.

Um aspeto muito esquecido é o pai deve ser a visibilidade do Pai, e, como Ele, cultivar a virtude da paciência. Diz Francisco:  “Os pais devem ser pacientes. Tantas vezes não há outra coisa a fazer se não esperar; rezar e esperar com paciência, doçura, magnanimidade, misericórdia”.

À imagem do Pai, “um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração” Mas também é  certo que o pai deve saber “corrigir com firmeza; não ser um pai frágil, demasiado complacente”. O pai deve saber que  corrigir é um acto de amor.

Outro aspeto muito importante: o filho quando opta por deixa a casa paterna, como o filho pródigo, precisa saber que encontrará o pai que o espera, de braços abertos, quando decide regressar.