Juventude Doroteia percorreu o Caminho Francês de Santiago

Entre os dias 31 de agosto e 6 de setembro, cerca de 40 alunos dos Colégios de Nossa Senhora da Paz (Porto) e de Santa Doroteia (Lisboa), ambos das Irmãs Doroteias, realizaram o Caminho Francês de Santiago. Este ano, o Caminho de Santiago teve a novidade de ser percorrido como Juventude Doroteia, com jovens dos dois colégios das Doroteias que possuem 3.º ciclo e secundário.

Foi uma forma inovadora de começar o ano letivo ou de partir para o ensino universitário, subordinada ao tema «Passar pelo CAMINHO».

A peregrinação teve início em Sarria (Lugo), passando por Porto Marín, Palas de Rei, Melide, Arzúa, O Pino e Compostela, marcando quem o fez de forma surpreendente, como refere uma aluna do Colégio Nossa Senhora da Paz, neste registo que partilhou com todos os colegas e professores:

«Porque o caminho não são só risos nem choros, não só são as novas amizades, não só são as aprendizagens, não são só as músicas, não é só o sono, não é só o esforço, não só é o cansaço, não é só a confiança nem é só a liberdade. Não é só a fé nem a reflexão. É isso tudo ao mesmo tempo. Um sentimento e uma sensação que ainda não tem nome. Chegar a Santiago, olhar para trás e ver que aquilo que passamos valeu a pena é o auge da satisfação. Porque tudo tem um propósito e satisfaz qualquer pessoa alcançar um objetivo pelo qual lutou e se esforçou. Com suor e lágrimas, literalmente.

O caminho é algo inexplicável, não é algo que se consiga explicar a quem nunca o fez ou não sabe do que se trata. Só fazendo é que se percebe e mesmo assim as palavras falham. Vai passando de geração em geração e é algo que, para quem faz, é motivador e serve também para usar como exemplo para conseguir alcançar outro tipo de objetivos. Não há palavras que descrevam o encanto que é pisar o km 0. Ir passando pelas placas e ver o número 117.3 a diminuir, e diminuir, e diminuir lentamente. E, de repente,  quando chegamos parece que foi ontem que partimos de Sarria. É um sentimento que eu achava inatingível antes de fazer o Caminho. Algo que não se descreve com palavras, ainda não as inventaram.

O Caminho de Santiago é a prova de que aquilo que nós achamos impossível acontece. Percorrer distâncias que jamais imaginámos é fascinante. 117,3km percorridos pelas nossas próprias pernas e impulsionados por uma motivação que nós nem sabíamos que tínhamos, e quando não a encontrávamos, havia quem nos desse. Um “está quase”, um “já vamos descansar”, um “já fizemos 10km hoje, já falta pouco”. Percorrer 117,3 km de altos e baixos, montes e estradas aparentemente sem fim. Nós não fazemos o caminho. O caminho é que nos faz a nós. (Francisca Silva, 10.º ano)»

Ou como outro aluno finalista do mesmo colégio resumiu em verso este seu 4.º caminho:

«Mais um Caminho termina /O sono logo repomos/Mas se perguntarem se queremos voltar/Por certo não nos opomos.

Caminhar é sentir-se livre/ Encontrar-se com Jesus, soltar a correia/ Olhar cada peregrino que passa/ E com emoção gritar: ULTREIA! (Miguel Louro)

(Inf. Sérgio Carvalho, prof. de EMRC do Colégio N.ª Sr.ª da Paz)