CCC: sessão de reflexão sobre “Os jovens e os que buscam o futuro”

Decorreu no dia 5 de fevereiro de 2019, no Centro de Cultura Católica, a quinta sessão do ciclo A Igreja em saída: Viagem pela Igreja de Francisco, organizado pelo CCC, conjuntamente com a Formação do Diaconado Permanente, o Secretariado Diocesano das Missões e o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, em sintonia com o lema do ano 2018/2019 e no contexto do Ano Missionário especial. O ciclo apresenta o estilo pastoral do papa Francisco e o seu modo de ver a missão da Igreja.

Nesta sessão, foi projetado o documentário Francisco e os que buscam o futuro, um trabalho sobre os jovens realizado no contexto da preparação para o Sínodo sobre Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, que decorreu em outubro. Visualizado já após o Sínodo e inclusivamente no contexto das recentes Jornadas Mundiais da Juventude, o documentário abriu para uma abordagem mais ampla, mas também com incidência diocesana, para que contribuiu também o subsequente documentário do P. Jorge Nunes, diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil.

O documentário fez ecoar as palavras de Francisco por ocasião do encontro de Pré-sínodo de março de 2018, ao mesmo tempo que percorreu alguns elementos que caraterizam a juventude atual. Uma juventude instruída, que valoriza a família e o voluntariado, que teme o futuro pela falta de trabalho, desencantada com os partidos, mas ainda assim propensa a votar. Uma juventude em que 50% dos seus membros, segundo as estatísticas para a realidade italiana, se professa crente ou à procura de Deus.

Apresentando as expectativas do Sínodo, o documentário referiu-se ao discernimento, à relação e ao encontro com os outros, e aos problemas que a juventude enfrenta em diferentes zonas do globo. Mencionou o poder da Palavra de Deus na vida concreta e deu voz a uma jovem atriz italiana de sucesso, seduzida pela beleza de ser cristã, para quem a relação com Deus é fonte de inspiração, de coragem e de alegria. Refletiu sobre a santidade, a propósito da ainda recente exortação apostólica de Francisco, e deu espaço a alguns jovens que discorreram sobre ela, não como cumprimento de regras, mas como testemunho da alegria no convívio com os outros, construída passo a passo. Evidenciou percursos de vocação, nomeadamente um jovem sacerdote que falou do discernimento como oportunidade de humanização e da descoberta da vocação como adequação à vontade de Deus, ou um seminarista que revelou ter descoberto que gastar a vida no anúncio do evangelho faz com que a vida seja bem gasta.

Elemento caraterizador dos jovens de hoje é a sua contínua ligação às redes sociais e ao mundo digital, apresentados como dom e oportunidade, mas a reclamar um uso consciente, para que os jovens não se fechem na bolha digital que desvirtua a comunicação. Para ilustrar a aprendizagem dos jovens na relação, o documentário evocou uma experiência educativa de ensino gratuito da língua aos imigrantes, sem aulas, sem notas e sem registros, que confia sobretudo nas potencialidades da relação pessoal. Foram dados a conhecer jovens protagonistas que, conscientemente ou não, caminham pelas palavras do Sínodo e procuram fazer as melhores escolhas, mesmo sob o risco dos falsos caminhos. A este propósito, foi recuperado o apelo do papa Francisco aos jovens, tendo em vista as Jornadas Mundiais da Juventude, para façam memória do passado, mesmo se marcado pela dor, para que possam descobrir o fio condutor do amor de Deus.

Seguiu-se o comentário do P. Jorge Nunes, que evidenciou o gosto do seu recente trabalho com os jovens da diocese do Porto, testemunhando que eles, quando convocados, se fazem presentes. Percorreu em seguida alguns elementos do documentário cruzados com experiências e iniciativas diocesanas: a necessidade dos jovens serem escutados e a coragem do papa em os ter escutado no âmbito do Sínodo; a alegria e a felicidade dos jovens, também presente na recente iniciativa diocesana “Panamá in Douro”; o discernimento vocacional como tema fundamental da formação dos jovens, presente numa iniciativa formativa diocesana alargada; a importância da proximidade dos responsáveis eclesiais aos jovens, manifesta também na constatação de que os jovens a que o Secretariado se faz presente corresponderem às iniciativas da pastoral juvenil; a atenção aos jovens fazendo deles protagonistas das próprias iniciativas.

O comentário do P. Jorge Nunes reportou ainda algumas iniciativas da pastoral juvenil diocesana, designadamente as quatro caminhadas da fé como e com o discípulo amado em que participaram no ano passado 1200 jovens (iniciativa que prossegue este ano com quatro novas caminhadas), a já referida formação para o discernimento vocacional frequentada por cerca de 200 jovens nas quatro zonas pastorais da diocese e o recente “Panamá in Douro” que possibilitou que jovens da diocese e também de fora dela tenha evidenciado a comunhão da Igreja do Porto com as Jornadas Mundiais da Juventude e com o papa Francisco. Relativamente ao futuro, referiu o importante trabalho no seguimento do Sínodo, nomeadamente o estudo do seu documento final e da eventual exortação apostólica que possa vir a ser publicada, assim como o envolvimento diocesano nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude que em 2022 se realizarão em Portugal.

Após o comentário, ainda houve tempo para um breve diálogo com os presentes, antes de ser encerrada a sessão do ciclo, com a promessa de novas sessões para maio e junho.

(Inf: Centro de Cultura Católica)